Devido ao isolamento social, instituído em combate à disseminação da Covid-19 (SARS-Cov-2), grande parte das atividades escolares foi transferida para a esfera online, sob a regência do Ensino Remoto de Emergência (ERE). Cientes da historicidade de tal movimento e embasadas tanto na Análise do Discurso de linha francesa, quanto no método arqueogenealógico foucaultiano, nosso propósito geral é problematizar como o ensino remoto foi discursivizado, no Twitter, por alunos. Para a análise de sequências enunciativas publicadas entre os anos de 2020 e 2021, consideramos que, no interior das redes sociais, a legitimação dos dizeres dos professores é afetada, tendo em vista as condições de circulação das postagens. Além disso, os desafios impostos pelo período de adequação ao distanciamento atualizaram seus mecanismos, produzindo efeitos de objetivação (FOUCAULT, 1995) do sujeito docente, a partir de sua relação com as tecnologias. Assim, pelas alterações próprias ao contexto pandêmico, as modificações nas instituições de sequestro (FOUCAULT, 2013) provocaram rupturas na posição dos docentes, e a publicização das materialidades apontam novas formas de vigilância no cotidiano pedagógico.