Resumo: Neste artigo, buscamos descrever as características da literatura sobre linguagem e gênero que influencia as pesquisas da linguística feminista publicadas em artigos pós-anos 2000, cinco décadas depois do estabelecimento do campo, em 1975. Estudamos esses mesmos artigos quanto ao seu posicionamento explícito acerca da relevância do gênero para a pesquisa em linguística feminista. Para tanto, selecionamos artigos anglófonos e brasileiros, publicados de 2000 a 2017. Os resultados indicam que o conjunto de publicações mais citadas como apoio teórico dos artigos analisados é o de autoria da linguista britânica Deborah Cameron. Já a obra individual mais consultada trata-se de Gender of Trouble, de Judith Butler (1990). Sobre a relevância de questões de gênero para a pesquisa, percebemos que os artigos assumem como certa sua importância, o que pode ser tomado como um índice da consolidação do campo.
RESUMO O objetivo deste artigo é refletir sobre o cenário atual da comunicação digital a partir de e em direção a visões de linguagem que se mantenham atentas às transformações sociolinguísticas motivadas pela digitalização. Para isso, a partir de autoras/es como Blommaert (2008), boyd e Crawford (2012) e Brooker et al. (2016), conceituo e discuto brevemente sobre dois pontos importantes que influenciam os dados e análise das mais diversas pesquisas em Linguística, mas que são, com frequência, deixados em segundo plano: big data e affordance. Em seguida, argumento em favor de visões de linguagem que não sejam nem antropocêntricas, nem universalistas, e que contemplem o contato entre humano e digital, retomando as contribuições de Irvine (1996; 2017), Pratt (2013) e Martins e Viana (2019).
Este artigo discute sobre as conexões teóricas entre estilização de gênero e ideologias linguísticas. O conceito de estilização de gênero parte da teoria de gênero de Judith Butler (2019) sobre estilização do corpo e as definições de ideologias linguísticas são dadas por Judith Irvine (1989), Jan Blommaert (2014) e Deborah Cameron (2014). O objetivo principal é compreender como as ideologias linguísticas atuam na estilização de gênero para produzir e legitimar diferenças de gênero. Além disso, o artigo procura mostrar a utilidade de alinhavar os estudos sobre esses dois fenômenos para o campo da Linguística Feminista. As discussões fundamentam-se nas teorizações sobre ideologias linguísticas e estilização de gênero, performatividade e atos de fala (AUSTIN, 1962) e distinção sexo/gênero (RUBIN, 1975). Há, ainda, um panorama dos estudos feministas e da Linguística Feminista antes e depois da virada performativa iniciada por Butler. O artigo mostra, em suas observações teóricas, que na rígida estrutura reguladora que constrói a estilização de gênero participam ativamente as ideologias linguísticas. Para mostrar a atuação desses fenômenos no contexto ocidental vigente, o artigo trata dos aspectos do novo biologismo (CAMERON, 2009; 2010; 2014), uma ideologia linguística com ares de cientificidade.
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