Propõe o presente artigo contribuir para a reflexão sobre a presença das trabalhadoras domésticas na produção de espaços de luta e participação social no Estado de São Paulo e na Amazônia brasileira no período da ditadura civil-militar (1964/1985), e de seu após, com a criação, conquista e manutenção de políticas públicas que alcançam direitos em demandas por moradia, saúde, segurança alimentar, salário, cidadania cultural, tendo a categoria consolidado importante patamar de conquistas com a promulgação e regulamentação recente da Emenda Constitucional n. 72, de 02 de abril de 2013 (a PEC das domésticas). O conjunto documental levantado aqui acompanha expressões de comunicação e educação popular na imprensa nanica, boletins de classe e de bairro, a militância pelo direito à memória do Centro Pastoral Vergueiro (CPV), e outras fontes (literárias, orais, judiciais), que ao longo do período se constituíram em contrapoderes que dinamizaram a presença ativa de católicos, operários, escritores, estudantes e professores, cartunistas, movimentos urbanos, em territórios históricos amplos de mobilização, lado a lado com aquelas trabalhadoras domésticas.