O livro didático (LD) se faz presente na maioria dos contextos educacionais, mas é frequentemente usado de maneira indiscriminada (SILVA, 1996), e isso pode ser resultado de lacunas na formação do professor (CONSOLO, 1990). Em contextos em que a aprendizagem envolve a transmissão de conhecimentos, esse uso do LD é coerente. Atualmente, no entanto, a formação de professores é crítico-reflexiva (GIMENEZ, 1999; LIBERALI, 2004), e advoga em favor da construção de conhecimentos sobre ensino e aprendizagem. Levando em conta o conceito de simetria invertida (BRASIL, 2002), que preconiza que o professor tenha uma formação consistente com a que se espera dele no futuro, neste artigo investigamos as percepções de professores formadores quanto ao uso do LD para o ensino de inglês em cursos de Letras de universidades estaduais do Paraná. A partir disso, buscamos refletir sobre a coerência do uso (ou não uso) do LD nesse contexto, considerando as demandas atuais de ensino, bem como as possíveis implicações desse uso para a formação crítica dos futuros docentes. Para tal, foram enviados questionários aos professores dos cursos, via e-mail. Das dez respostas que obtivemos, três respondentes apontaram a utilização de um LD, o que permeou nossa análise e discussão.