ResumoDiabetes Mellitus Tipo 2 é uma doença metabólica de importância mundial, a prevenção e suas complicações são um desafio para as equipes de saúde. O estudo teve como objetivo analisar os comportamentos adotados pelos usuários portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 em relação ao autocuidado. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal de abordagem qualitativa, realizada com 17 portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 cadastrados na Unidade de Saúde Maria Fernandes de Souza de Janaúba-MG. Os dados foram coletados no período de março e abril de 2015, por meio de uma entrevista estruturada, gravada em áudio, aplicada no domicílio do participante. Os resultados apontaram que a maioria dos usuários tinha de 55 a 65 anos, eram do sexo feminino, pardas, casadas, possuíam baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo. Verificouse baixa adesão às medidas terapêuticas de controle da doença, sedentarismo e alimentação inadequada. Conclui-se que há necessidade dos portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 serem conscientizados sobre a importância de desenvolver práticas de autocuidado diário e adoção de hábitos de vida saudáveis para conseguir melhor qualidade de vida e controle satisfatório da doença. Dessa forma, é preciso que os profissionais de saúde, especialmente, os atuantes na Atenção Primária à saúde, desenvolvam ações de saúde voltadas à educação em saúde com essa população.
Palavras-chave:
IntroduçãoA Diabetes Mellitus -DM é uma doença de importância mundial, considerada um problema de saúde pública, com proporções crescentes no que se refere ao aparecimento de novos casos, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo 1 . Consiste em uma síndrome metabólica crônica, não contagiosa, de evolução grave, lenta e progressiva. Caracterizada pela falta ou produção diminuída de insulina e/ou da incapacidade dessa em exercer, adequadamente, seus efeitos metabólicos, levando à hiperglicemia e glicosúria 2 . A causa precisa da DM2 não é conhecida. No entanto, à medida que as pessoas envelhecem ou ganham peso, estão mais propensas a terem diabetes, pois o pâncreas pode não funcionar adequadamente, ou as células podem se tornar incapazes de usar a insulina produzida, a hereditariedade é também um fator importante a ser considerado 3 . Recentes estimativas da Organização Mundial de Saúde -OMS informam que até o ano de 2030, existam 366 milhões de diabéticos no mundo. Aproximadamente, 90% apresentarão DM2, estarão na faixa etária de 45 a 64 anos e viverão em países em desenvolvimento, nos quais as condições de assistência especializada não atende as necessidades dos pacientes 4 . O Brasil é o quarto país do mundo em número de casos, atingindo aproximadamente, 13,4 milhões de brasileiros, o que gera um alto custo anual aos cofres públicos. Além dos problemas econômicos existem também os custos intangíveis, que produzem grande impacto na vida dos diabéticos
.Sabe-se que a DM2 apresenta complicações agudas e crônicas, como: disfunção ou falência de órgãos, especialmente dos rins, dos nervos, do cor...