E mpresas integrantes de cadeias produtivas globais, ao se instalarem em novas localidades e regiões, produzem dinâmicas criadoras de situações que tendem a alterar as condições de desenvolvimento econômico e os padrões de participação institucional e política. A proposta do texto é discutir as questões relacionadas à formação desses novos padrões de participação, atribuindo relevância à ação de redes sociopolíticas que se constituem nas localidades onde ocorrem as atividades industriais. A situação analisada é conseqüência da dinâmica do setor automobilístico brasileiro, que ao longo dos anos de 1990 passou por um processo de reestruturação, fazendo novos investimentos e construindo novas fábricas e afetando antigas e novas regiões industrializadas.Pretende-se argumentar, a partir de um caso regional de implantação recente de unidades fabris da indústria automotiva (Sul Fluminense),
491* Este texto foi escrito sob os auspícios do Bellagio Study Center -The Rockefeller Foundation, que me acolheu, na qualidade de pesquisador-visitante, em Bellagio, na Itália, oferecendo-me durante um mês, no ano de 2004, condições ideais de trabalho. Os dados, informações e entrevistas que sustentam o texto são resultados parciais de projetos de pesquisa apoiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co -CNPq e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro -FAPERJ (Programa Cientistas do Nosso Estado), instituições às quais também sou grato. Finalmente devo mencionar e agradecer a leitura atenta e crítica de Neide Esterci e dos pareceristas anônimos de Dados.