Gramsci se destaca pela sua criatividade no trato do marxismo, aprofundando temáticas relativas a aspectos superestruturais da dominação capitalista, respondendo questões quanto à estratégia de transição ao socialismo, considerando a vontade nacional-popular e as diferentes formações econômico-sociais. O autor dos Quaderni del cárcere abriu possibilidades para pensar em distintas estruturas sociais presentes do “Oriente” e “Ocidente” sob uma perspectiva estratégica de transição ao socialismo, em sociedades que experimentam um desenvolvimento desigual. Neste artigo, a partir de seu marxismo, vinculado à leitura das particularidades regionais, enfatizamos como Gramsci se preocupa em analisar as causas da derrota da revolução socialista ao passo que propõe uma tática frentista operário-camponesa que responde aos anseios das classes e dos grupos subalternos. Foi o primeiro marxista a usar a categoria subalterno com uma densidade teórica não experimentada anteriormente, e é a partir dessa categoria que destacamos seu encontro com a América Latina. Nas breves conclusões, indicamos como o militante italiano enriqueceu as categorias originárias do marxismo clássico, como o próprio conceito de classe.