The purpose of this article is to draw a theoretical distinction between the notions of ‘social classes’ and ‘subaltern groups’ as defined in The Prison Notebooks by Antonio Gramsci. This distinction will involve a brief discussion about the notions of ‘social classes’ evolved by other key authors in the area, apart from Gramsci himself, such as Marx, D. Bensaïd, E. P. Thompson and N. Poulantzas, who, on this question, have close affinities with the ideas of Gramsci. Finally, I seek to make suggestions about how this distinction can be applied, together with some critical observations on ‘Subaltern Studies’ and some final considerations with regard to this article as a whole.
O modo de vida materializa a passagem das macroestruturas (relações capital-trabalho na sua forma mais abstrata) às microrrelações (o cotidiano das classes)” (DIAS, 2012, p. 51). São os amplos e variados processos que caracterizam tal mediação que Edmundo Dias se propõe a debater, demonstrar, questionar neste seu mais recente livro. E o faz de maneira original, alinhavando reflexões que atravessam problemas conceituais como as questões sobre hegemonia, subalternidade, cultura, educação, linguagem, conectando-os à análise de fenômenos históricos cruciais para uma abordagem abrangente seja da história das lutas de classes no mundo, como o “Outono Quente” italiano e o Partido dos Panteras Negras nos Estados Unidos, bem como as questões atuais ligadas à reestruturação produtiva empreendidas pelo neoliberalismo e outras questões do cotidiano concreto das classes oprimidas.
Logo após a experiência operária das lutas do chamado Biennio rosso (Biênio vermelho) na Itália entre 1919 e 1920, surgiram várias organizações armadas de ex-combatentes da Grande Guerra, trabalhadores e trabalhadoras com o objetivo de resistir às violentas incursões dos esquadrões fascistas contra os setores populares tanto na cidade quanto do campo. O Biennio nero (1921-1922), que marcaria a ascensão fascista até a Marcha sobre Roma e a chegada ao poder de Benito Mussolini, conheceria, no entanto, alguns episódios de vitória popular em armas contra o fascismo num ambiente de guerra civil. A organização protagonista dessa resistência operária armada pelo território italiano foram os Arditi del popolo. O artigo pretende acompanhar esse período de forma sucinta, com a ajuda de recente historiografia italiana, para contextualizar e apresentar a análise de Gramsci sobre tal experiência histórica, tanto em seus textos publicados à época no L’Ordine Nuovo, quanto posteriormente, em suas reflexões carcerárias. A hipótese é que, embora tenha aprofundado, no cárcere, sua análise teórica das relações político-militares de classe, Gramsci nunca mudou de ideia sobre a necessidade de os grupos subalternos organizarem formas de resistência “ilegais”, fora da institucionalidade vigente, como parte da luta de hegemonias.
Daniel Bensaïd, cujo falecimento completou dez anos em 2020, é autor de obra notória por contribuições originais ao materialismo histórico. Ao propor este dossiê em sua homenagem, consideramos, ao mesmo tempo, atender as necessidades contemporâneas de renovação do pensamento social crítico. Como introdução às contribuições de colegas estudiosos do pensamento de Bensaïd, oferecemos também uma reflexão inicial sobre a questão geral das classes sociais na obra do filósofo francês.
DIAS, Edmundo Fernandes. Revolução passiva e modo de vida: ensaios sobre as classes subalternas, o capitalismo e a hegemonia. São Paulo: editora José Luis e Rosa Sundermann, 2012.
Formada por militares de Argentina, Brasil, Chile e Estados Unidos, a MOMEP exerceu suas atividades entre março de 1995 e junho de 1999, numa região fronteiriça entre Equador e Peru localizada no Vale do Rio Cenepa, na Cordilheira de Condor. Trata-se de uma região selvática, sobre a qual não havia até então acordo sobre demarcação de fronteiras, o que levou aqueles países à guerra no início de 1995. O objetivo da MOMEP foi promover e monitorar a separação das forças em litígio e a conseqüente consolidação do cessar-fogo necessário para o início e prosseguimento das conversações diplomáticas. Ela atuou também com os diplomatas dos respectivos países, em algumas capitais nas quais emitiu documentos sobre o andamento das negociações. A perspectiva deste trabalho é definida analiticamente sobretudo pela participação do Exército Brasileiro.
O trabalho a seguir procura apresentar, de forma inicial, a reexão empreendidapor José Carlos Mariátegui acerca do imperialismo no Peru e América Latina noinício do século XX. Baseado na análise da consolidação do capitalismo em seupaís no período pós-independência, o marxista peruano inspira-se em Lênin aodefender uma luta antiimperialista que seja rigorosa no combate ao reformismo e àsalianças com frações nacionais burguesas. Intenta-se sugerir, ainda, a centralidadeda contribuição de Mariátegui para desenvolvimento do pensamento revolucionáriocontemporâneo na América Latina.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.