Governança e suporte da rede social secundária na atenção à saúde de crianças e adolescentes com doenças crônicas

Abstract

Resumo Estudo de abordagem qualitativa com o objetivo de analisar as características estruturais dos sistemas de governança e suporte ofertado pela rede social secundária na atenção à saúde de crianças e adolescentes com doença crônica. Pesquisa realizada em unidades da Estratégia Saúde da Família, ambulatório especializado e hospital público pediátrico de João Pessoa - PB, de fevereiro a outubro de 2013, por meio de entrevista semiestruturada e grupo focal. Participaram do estudo: 06 gestores, 14 profissionais de saúde e 12 familiares cuidadores de crianças ou adolescentes com doenças crônicas. Os dados foram analisados seguindo-se os princípios da análise temática de conteúdo. Na atenção à saúde das crianças e adolescentes com doenças crônicas evidenciou-se o sistema de governança do tipo colaborativo, bem como limitações da governança pública do tipo gerencial, que fragilizam a rede social secundária com repercussões no suporte oferecido aos familiares e na articulação entre os serviços. Conclui-se que essa realidade pode apresentar impacto negativo na qualidade e efetividade do cuidado prestado às crianças e adolescentes em condição crônica, por não atender as reais necessidades dessa população.

Percepção do cuidado centrado no paciente e na família em unidades pediátrica e neonatal

“…Pesquisadores brasileiros assinalam que famílias pequenas tendem a ter uma rede primária de suporte menor que as mais numerosas, e que o apoio social implica oferecer ajuda a essas famílias, mediante suporte emocional, material, de serviços e informacional para suprir suas necessidades de atenção em momentos críticos, como a hospitalização de um filho. Relatam ainda que a ausência deste auxílio pode agravar as dificuldades no enfrentamento e no cuidado em saúde, sobretudo nos casos de crianças e adolescentes, o que reitera a importância de incluir a família ampliada no cuidado em ambiente hospitalar (BALBINO, 2014;MANDETTA, 2016;MORAIS et al, 2018;MACHADO et al, 2018;NÓBREGA et al, 2018).…”

“…No entanto, este suporte precisa ser reconhecido pela família como benéfico, com reflexos no cuidado prestado à criança ou ao adolescente, requerendo que a equipe saiba se o apoio que oferece à família atende às suas reais necessidades e expectativas. Nesse sentido, a promoção de autonomia da família (empoderamento) sobre a importância da continuidade do tratamento pode diminuir as barreiras para a construção de vínculos família/equipe em benefício da oferta de apoio satisfatório (ANDRADE et al, 2015;MACHADO et al, 2018;NÓBREGA et al, 2018) e constituir-se em facilitador para a implementação do CCPF.…”