Gesto decolonial como pedagogia: práticas teatrais no Brasil e no Peru

Abstract

Este artigo procura circunscrever a pedagogia a partir da noção de “gesto decolonial”. Para tanto, toma-se a prática artístico-pedagógica do Yuyachkani (Peru) e do Ói Nóis Aqui Traveiz (Brasil) como forma de resistência e elemento por intermédio do qual rompe-se a colonialidade dos saberes e das relações de poder. A partir dos conceitos de diferença colonial, colonialidade e pensamento liminar delineados por Walter Mignolo, demonstra-se como esse gesto de resistência à colonialidade participa na constituição de sujeitos e subjetividades autônomas. Problematiza-se o trabalho desses grupos latino-americanos caracterizando suas práticas como gestos e pedagogias do teatro decoloniais.

Formação de professores numa perspectiva decolonial

“…Mas o que compreendemos por decolonial na formação de professor? Aproximamo-nos de uma perspectiva decolonial quando buscamos romper com "colonialidade dos saberes e das relações de poder, [...] na constituição de sujeitos e subjetividades autônomas, que escapam ao normativo e ao hegemônico e produzem saberes e valores próprios" (Icle;Haas, 2019, p.99). Assim, a decolonialidade caminha para uma compreensão amplificada de ressignificações de posturas políticas, oposições contínuas aos sistemas impostos verticalmente, posicionamento crítico nas análises, de modo a, como aponta Ballestrin (2013), lançar novos olhares sobre velhos problemas.…”