Gestão Social, Autogestão E Gestão Democrática Pela Navalha De Occam: Uma Abordagem Conceitual Baseada Na Teoria Dos Conjuntos

Abstract

O objetivo deste trabalho é discutir as semelhanças e diferenças entre conceitos muito próximos: gestão democrática, autogestão e gestão social. Dados os avanços do campo da gestão social no Brasil, este artigo contribui para o esclarecimento dessas diferenças conceituais, afastando o “fantasma de Lampedusa” que parece rondar a terminologia Gestão Social. Parte-se do pressuposto que existem diferenças entre estes conceitos que, apesar de próximos, não podem ser usados como sinônimos, sob pena de imprecisão quanto à sua adequação. Utiliza-se como apoio metodológico a Teoria dos Conjuntos (da matemática) e a perspectiva da Navalha de Occam (a busca da solução mais “elegante”). Os resultados apontam para congruências entre os três conceitos, mas também para diferenças importantes entre eles, confirmando o pressuposto apresentado.

Assumptions of Social Management in the Brazilian Perspective: A Parallel with International Approaches

“…The multidisciplinarity of the concept is confirmed within this discursive logic insofar as the SM research was conceptually operationalized by several areas such as societal public management (Guerra & Teodosio, 2012), managerial public management (Freitas, Freitas, & Ferreira, 2016), public policy management (Tenório, 1999), strategic management (Cançado et al, 2016), social work, self-management understood as the participation of decision-making agents (Cançado, Rigo, Iwamoto, & Pinheiro, 2019), and so on.…”

Boas Práticas Em Governança E Princípios Cooperativos Documentadas Pela AROUNDTHEWORLD.COOP

“…(ii) autogestão, diferenciada da gestão democrática a partir da dimensão política, considerando uma posição crítica e emancipatória; e, (iii) gestão social, diferencia-se pelo entendimento esclarecido, que enfatiza as discussões e argumentações, sendo mais relevantes do que o voto, dado que esteserá derivado da compreensão esclarecida e de consensos coletivos (Cançado, Rigo, Iwamoto & Pinheiro, 2014).…”

“…Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2015, p. 20), a natureza jurídica da cooperativa consiste em uma sociedade de pessoas que se unem por objetivos comuns, visando oportunizar melhorias socioeconômicas aos cooperado, e cuja distribuição de resultados e direitos políticos estão"desvinculados da participação no capital", sendo a distribuição de resultados "vinculada às operações efetuadas pelos sócios com a sociedade", e os direitos políticos "vinculados às pessoas". Para uma boa governança em cooperativas, a participação coletiva, compreendida na configuração da gestão democrática, da autogestão e da gestão social (Cançado et al, 2014), prevê relações solidárias em contexto de organizações autogestionárias (Pinheiro & Paes De Paula, 2016), com ênfase no diálogo coletivo (Tenório, 2005).…”

Social Management: Epistemology Beyond Paradigms

“…Social management is an emerging field of management knowledge and practices, whose main points include social participation and collective decision-making, guided by ethics and solidarity principles oriented towards the social (finality) and by the social (process) (Boullosa & Schommer, 2008;França Filho, 2003;Schommer & França Filho, 2008;Tenório, 2005Tenório, , 2006. Its purpose is to create more effective administrative organizations, with autonomy to operate in favor of the non-state public interest and for the realization of the common good, systematizing alternative knowledge, seeking the emancipation of the human being, and strengthening the public sphere (Cançado, Pereira, & Tenório, 2013;Cançado, Rigo, Iwamoto, & Pinheiro, 2019;Cançado, Tenório, & Pereira, 2011;Paes de Paula, 2005).…”