Este trabalho baseia-se em pressupostos mais-que-representacionais e propõe uma reflexão sobre como a expectativa da morte interfere no afeto e na performance humana, trazendo repercussões importantes para o arranjo do espaço. De forma mais detida, parte-se da natureza duplamente localizada do afeto, intermediada pelo campo relacional entre corpos e o subconsciente, para propor a descrição de expressões primárias e secundárias da finitude. Destacamos que estas expressões interagem ativamente, e aludem tanto à dimensão das relações estabelecidas pelos indivíduos frente às estruturas funcionalmente ligadas à morte - exemplificadas aqui a partir da sua disposição no tecido urbano de Salinas-MG -, e também à dimensão subconsciente do afeto. Nossa metodologia inclui uma análise da temporalidade afetada pela experiência do passado e pela expectativa do porvir, o que dialoga diretamente com os pressupostos das chamadas geografias espectrais, entendidas como um conjunto de abordagens mais-que-representacionais que utilizam do afeto entre temporalidades como uma forma importante de ler a geografia do que acontece. Concluímos que a expectativa da finitude é um constituinte indissociável da existência, apresentando-se como uma das mais poderosas forças que se corporificam nas performances, trazendo repercussões muito relevantes para o arranjo paisagístico e, ao mesmo tempo, se apresentando como forças que continuam a afetar a experiência de cada um de nós.