Gênero e divisão sexual do trabalho no Brasil

Abstract

Este artigo trata das mudanças e permanências nas formas de organização do trabalho num contexto “globalizado” e seus reflexos sobre a divisão sexual do trabalho no Brasil. Discute a interferência da construção social do masculino e do feminino nas distinções entre atividades de homens e de mulheres, ou seja, na criação e recriação permanentemente da divisão sexual do trabalho. Analisa, ainda, as transformações do mundo do trabalho, ressaltando a heterogeneidade desse espaço, e como os modelos de produção se apropriam das diferenças de gênero, transformando-as em desigualdades (salariais, de acesso ao emprego e promoção, por exemplo). A revisão de um conjunto de pesquisas sobre gênero e trabalho no Brasil pretende proporcionar elementos para reflexão sobre a articulação entre gênero e as mudanças e permanências observadas no mercado de trabalho brasileiro.

Maria Cheia de Graça: Um olhar sobre a saúde da mulher trabalhadora migrante

“…Para os homens, foram reservadas atividades produtivas e competitivas, ligadas à força e ao vigor, de maior visibilidade social. Nessa perpetuação de papéis, concebe-se a divisão sexual do trabalho, que consiste na divisão de atribuições, tarefas e percepção social para homens e mulheres em decorrência das relações sociais do sexo e ainda repercute nas funções exercidas pelas mulheres associada ao cuidado, no modo de inserção no mercado de trabalho e na valorização e reconhecimento social da atividade feminina 7, [15][16][17] .…”