Game Design participativo com crianças surdas e com deficiência auditiva: uma experiência no ensino fundamental

Abstract

A criação de jogos educacionais é uma tarefa complexa e interdisciplinar. Para que os elementos do jogo sejam adequados aos usuários finais é importante projetá-lo envolvendo as partes interessadas e técnicas de Design Participativo (DP) permitam a efetiva inserção dos usuários no processo de design. No caso de design com crianças surdas ou com deficiência auditiva (S/DA), um dos desafios é a identificação de soluções de DP que permitam a participação desses sujeitos. Apresentamos neste artigo um relato de experiência de design de jogos educacionais com a participação de crianças S/DA. Foi realizado um estudo de caso em uma escola estadual para surdos, com uma turma de 1º ano do ensino fundamental, uma professora e duas intérpretes de Libras, cujo elemento propulsor foi a criação de jogos educacionais para ensino de letras e números, como parte de uma demanda pedagógica existente. Foram produzidos dois jogos digitais feitos por e para crianças S/DA. Elas se reconheceram como produtoras dos jogos e, além disso, os jogos criados tendem a refletir elementos subjetivos e culturais próprios dos seus criadores.

De "Vale nota?" a "Jogo é prova!": raciocínio computacional e protagonismo docente como estímulo ao protagonismo discente no ensino de língua portuguesa

“…Os jogos educacionais, na implementação digital ou analógica, têm ganhado notoriedade recentemente nos estudos acadêmicos pela sua potencialidade em promover engajamento, ludicidade e protagonismo discente [Melo, Segato, Mombach 2019] [Zabot, Andrade e Matos 2018]; pela possibilidade de sensibilizar os estudantes sobre temáticas sociais [Zabot et al 2017] [Fuchter et al 2016]; e pela utilização com/por estudantes com necessidades educacionais especiais [Dantas et al 2019]; [Zabot, Andrade e Matos 2019] [Brandão, Joselli 2015] [Aguiar et al 2018] [Medeiros et al 2018.…”

Inclusão digital de mulheres idosas longevas: uma experiência de empoderamento por meio da empatia na produção de tecnologia

“…O SPIDe (Semio-Participatory Interaction Design Process)é um processo de Design de Interação Semioparticipativo que associa práticas participativas com a fundamentação teórica conceitual de Engenharia Semiótica. O papel principal do design de interação, conforme argumentam [Preece et al 2015, p. 28 Utilizando o SPIDe com crianças surdas, foi necessário fazer uma adptação e assim [Zabot et al 2019]…”

“…Para conduzir um estudo com pessoas idosas, foi utilizada inicialmente a versão do SPIDe adaptada por [Zabot et al 2019]. No entanto, no decorrer do estudo, houve a necessidade de se fazer uma nova adaptação, em que a Empatia nãoé compreendida mais como uma etapa inicial, mas como um "fio invisível"que costura todo o trabalho intersubjetivo em campo, permeando todas as etapas do processo [Minayo and Costa 2019, p.22].…”

“…Diante disso, escolhemos usar inicialmente a versão do SPIDe (Semio-Participatory Interaction Design Process) [Rosa and Matos 2016] adaptada por [Zabot et al 2019]. Isso porque nessa versão a empatia foi incluída como elemento inicial do processo.…”

Avaliação de um protótipo de um jogo digital para alfabetização de crianças surdas

“…Crianc ¸as surdas ou com deficiência auditiva (S/DA) podem ser coautoras num processo de design [8], atuando não apenas como usuários, mas ativamente também como testadores, informantes e parceiros de design. No caso de estudo conduzido por Zabot [12] para aplicac ¸ão de um processo de codesign, intitulado SPIDeKids, foram produzidos dois protótipos de jogos em que crianc ¸as surdas com idade por volta dos 06 anos se enxergaram como coautoras, bem como foi possível identificar elementos próprios da sua cultura e vivência nos protótipos.…”