http://dx.doi.org/10.5902/1984686X9325 Volição, como a vontade em se envolver/realizar atividades cotidianas, é considerada pré-requisito do fazer humano. Nas crianças com necessidades especiais, como as com paralisia cerebral (PC) que experimentam déficits no controle sensório-motor e músculo-esquelético, a volição pode atuar como característica influente para o seu engajamento em ocupações. A família é uma importante mediadora no processo volicional infantil, contudo, faltam investigações sobre sua influência na volição de crianças com necessidades especiais. Objetivou-se identificar como as mães percebem e lidam com a volição da criança com PC para realizarem atividades do cotidiano nas áreas escolar, brincar e autocuidado. Participaram 6 mães de crianças com PC, entre 6 e 9 anos, níveis I e IV do GMFCS, em uma unidade saúde-escola do interior Paulista, as quais responderam uma entrevista semiestruturada, baseada no The Volitional Questionary. A partir da análise de conteúdo, emergiram 3 eixos temáticos: a) percepção das mães sobre a volição das crianças; b) percepção das mães sobre o seu papel no processo volicional das crianças e c) estratégias utilizadas pelas mães para incentivar as crianças a desenvolverem a volição. Resultados mostraram que as mães percebem a relação volição da criança versus envolvimento nas atividades e a importância delas na volição infantil para atividades que julgam relevantes, principalmente as escolares formais e do autocuidado, com menor consideração para as do brincar. Essas mães buscam implementar formas de incentivo, mas revelaram conhecimento limitado sobre estratégias de estimulação da volição, mostrando a necessidade de investimentos de educação em saúde para a orientação desses familiares.