Fechamento de fístula buco-sinusal com enxerto pediculado do corpo adiposo da bochecha

Abstract

A comunicação buco-sinusal é uma ocorrência comum, caracterizada pela união do seio maxilar com a cavidade bucal após extrações dentárias superiores posteriores cujas raízes possuem íntima relação com o seio maxilar. Ao epitelizar-se, este trajeto denomina-se fístula buco-sinusal (FBS). Este trabalho relata o fechamento de uma fístula buco-sinusal com enxerto pediculado do corpo adiposo da bochecha (EPCAB). Paciente saudável, feminino, 40 anos, relatou dor no terço médio da face no lado esquerdo após exodontia traumática a um ano. Clinicamente havia alteração mucosa na região do elemento 26 extraído. A TCFC evidenciou uma fístula buco-sinusal de aproximadamente 8 milímetros. Foi proposto o fechamento com EPCAB. Após bloqueio dos nervos alveolares superior, posterior e médio e palatino maior, foi feito um retalho com incisão crestal e duas relaxantes na região entre os elementos 25 e 27. Desepitelizou-se o trajeto da fístula. Após localização do corpo adiposo da bochecha e feita a divulsão, a massa gordurosa foi suturada à margem gengival palatina com fio reabsorvível de seda 4.0. A paciente foi medicada e orientada sobre os cuidados pós-operatórios e, após seis meses, evoluiu sem queixas clínicas. Portanto, o uso do EPCAB para o fechamento da FBS é uma técnica benéfica.

Reporte De Cierre De Fístula Buco-Sinusal Con Cuerpo Adiposo Y Colgajo Vestibular

“…A proximidade entre o seio e os alvéolos é um fator de risco para comunicação entre a cavidade oral e o seio maxilar. 1,2,3,4 A comunicação buco-sinusal (CBS) é uma complicação relativamente comum que consiste no espaço não fisiológico formado entre o seio maxilar e a cavidade bucal, através da ruptura das três camadas, as quais são o revestimento do seio, tecido ósseo e tecido gengival. Sua causa primária (48%) ocorre com a intervenção cirúrgica de dentes superiores posteriores cujas raízes possuem íntima relação com o seio maxilar, como os pré-molares e primeiros molares permanentes, seguidos dos segundos e terceiros molares.…”

“…Quando a CBS não consegue fechar espontaneamente ou se não tratada, o tecido poderá se epitelizar e evoluir para a fístula oroantral (FOA) ou fístula buco-sinusal (FBS) e doença sinusal crônica. 1,2,3,4,5,6,7,8,9 Além da técnica cirúrgica traumática, a CBS pode ser ocasionada por excesso de curetagem alveolar após a extração, após condições infecciosas como leishmaniose, goma sifilítica e noma, osteomielite, sequelas de radioterapia como osteorradionecrose, traumas faciais como do tipo Le Fort I, fratura da tuberosidade, deslocamento de implante, deiscência após falha do implante, complicações no procedimento de Caldwell-Luc ou remoção de cistos e tumores maxilares. Alguns fatores de risco também podem estar interligados na causa dessa complicação, como: a idade do paciente, anatomia e posição da raiz em relação ao seio, falta de espessura do assoalho sinusal, aposição direta do revestimento maxilar acima dos dentes posteriores, por reabsorção óssea, quando acometido por doença periodontal e quando há uma extensa pneumatização do seio maxilar.…”

“…O uso de retalhos resultam em grandes áreas cruentas e uma diminuição do sulco vestibular, porém são bastante consistentes, exercendo a função de suporte. 1,3,4,6,10 Diante disso, o objetivo deste artigo foi relatar um caso clínico de fechamento de fístula buco-sinusal com o uso da bola de Bichat e retalho vestibular, após recidiva. Demonstrando, assim, o uso da técnica combinada em um paciente que compareceu ao serviço de cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial da Universidade de Pernambuco, campus FOP.…”