Fatores Antropométricos Relacionados À Insatisfação Com a Imagem Corporal Em Adolescentes

Abstract

A adolescência é caracterizada pelo rápido crescimento e desenvolvimento, fase em que o corpo assume lugar de destaque pelas transformações na imagem. O confrontamento com essas mudanças pode levar ao desenvolvimento de insatisfações, resultando em desordens no comportamento alimentar. Buscou-se identificar fatores antropométricos relacionados a possíveis insatisfações corporais em estudantes no Rio de Janeiro. Foram analisadas as informações do banco de dados de um estudo transversal, realizado em 2013, com 111 estudantes dos sexos feminino e masculino, entre 10 e 19 anos, de duas escolas de Ensino Médio: peso, estatura e Índice de Massa Corporal (IMC), sexo, idade, escores do Body Shape Questionnaire (BSQ-34) e do Eating Attitudes Test (EAT-26). Empregou-se o teste Anova, a fim de analisar diferenças entre as médias de pontuação do BSQ, além do coeficiente de Pearson para comparar os escores de BSQ e EAT, entre si e com as variáveis antropométricas. A média do IMC foi semelhante em ambos os sexos. As meninas obtiveram maior grau de insatisfação com a imagem, assim como também apresentaram maior valor de escore no teste de atitudes alimentares inadequadas. Embora ambos os sexos tenham apresentado correlação entre o IMC e insatisfação com a imagem (p < 0,01), apenas nos meninos foi observada relação entre a variável estatura e a insatisfação (p < 0,01). A elevação do IMC, em ambos os sexos, e a ocorrência de baixa estatura, no sexo masculino, destacaram-se como fatores cruciais para a elevação da insatisfação. Tais fatores devem ser investigados como influenciadores da insatisfação e, possivelmente, do desenvolvimento de transtornos alimentares.
 Palavras-chave: Comportamento do adolescente. Antropometria. Fatores de risco. Imagem corporal.

Eating Disorder Symptoms and Body Image in Adolescents from Public Schools in Brazil

“…The prevalence was higher among girls, and these results that are in line with previous studies [24,25]. The differences in prevalence are possibly related to differences in the age groups investigated, the cultural diversity of each region, or the different assessment instruments used across the studies.…”

A insatisfação com a imagem corporal na adolescência

“…A prevalência dessa IIC em adolescentes foi avaliada por diferentes estudos (Fortes et al, 2015a;Neves et al, 2018;Pinho et al,2019;Carvalho et al, 2020). Gomes et al,(2020), ao realizar uma pesquisa com 111 adolescentes, identificaram uma prevalência de IIC de 29% em adolescentes do sexo feminino e masculino, enquanto no estudo de Carvalho et al (2020), no qual foram avaliados 1.019 adolescentes do sexo feminino e masculino, também foi identificado IIC, sendo que 41,4% demonstraram desejo de ter uma silhueta menor e 33,7%, uma silhueta maior. Já Pinho et al (2019), quando investigaram sobre IIC de forma separada, apontaram que 42,9% dos indivíduos do sexo feminino demonstraram apresentar IIC, enquanto esse índice nos meninos foi 32,7%, ou seja, mostrou indícios de que as adolescentes em tese podem ser as quem mais sofrem com a IICA adolescência é a transição da criança para a vida adulta, marcada por uma passagem na qual acontecem várias alterações na forma corporal e em propriedades psíquicas (Fortes et al, 2015a), que ocorrem também no âmbito cognitivo, afetivo e social (Lemes et al, 2018).…”

“…Ademais, de acordo com o estudo de Gomes et al (2020), a população obesa se encontra com um alto índice de IIC, pela inadequação do estado nutricional e também pelo excesso de adiposidade, desenvolvendo comportamentos de risco para TA. Dessa forma, é relevante reforçar as práticas saudáveis, como exercícios, e a alimentação sadia, para a prevenção e diminuição de índices de obesidade na juventude.…”