Fake news colocam a vida em risco: a polêmica da campanha de vacinação contra a febre amarela no Brasil

Abstract

Este artigo faz a leitura das notícias falsas que circulam conteúdo sobre saúde pública em redes digitais e aplicativos de troca de mensagens. Para enumerar os argumentos utilizados pelos divulgadores de fake news na disputa pela enunciação da verdade, no campo do discurso, os autores escolheram a campanha de vacinação contra a febre amarela, lançada em um surto da doença no Brasil, no fial de 2016. Selecionamos os textos de posts e áudios que se multiplicaram no WhatsApp, especifiamente no ano de 2018, para a análise ancorada nas teses sobre produção de verdade e poder de Michel Foucault e de Nikolas Rose. Iniciamos, assim, uma reflxão sobre a ação das fake news em defesa da vida e que, ao mesmo tempo, colocam a vida em risco. A Organização Mundial da Saúde já aponta as fake news como uma das responsáveis pela baixa nos níveis internacionais de imunização.

Effect of vibration associated with cryotherapy on vaccine-related pain and anxiety levels in adults: study protocol for a randomized clinical trial

“…Although not a new phenomenon, hesitation or refusal of vaccination in the world and in Brazil has been increasing as immunopreventable diseases have disappeared [ 29 ]. The Internet in recent years has contributed to the increase of this phenomenon, through social networks with the aim of misinformation of the population, the so-called fake news [ 30 , 31 ].…”

Sharing fake news about health in the cross-platform messaging app WhatsApp during the COVID-19 pandemic: A pilot study

“…Worldwide, approximately 1.5 billion people use WhatsApp in 180 different countries (Melo et al, 2019). According to Teixeira and Santos (2020), around 120 million users in Brazil use this tool.…”

“…This application is considered by experts as the largest multiplier of fake news in a private digital environment with high interactivity index (Teixeira et al, 2020). Analyzing it as the main means of disseminating false news related to Coronavirus, there has been a higher frequency of falsified content compared to other social networks, such as Twitter, which reaches 14.1% while WhatsApp reaches 24.7% of shared fake news, mostly through textual messages, because they are common and easy to manipulate (Salaverría et al, 2020).…”

Imunização frente ao contexto do COVID-19

“…Outro fator que vem diminuindo a cobertura vacinal no Brasil, é a ampla divulgação de notícias falsas por meios eletrônicos, conhecidas como fake news. Essas informações falsas, são propagadas na maioria das vezes pelos movimentos de antivacinação, cuja motivação vem do âmbito político, religioso e ideológico (Teixeira & Santos, 2020). E atrelado a isso, após um século desde a morte de 50 milhões de pessoas no mundo por conta do vírus da Influenza, tal discurso propaga-se de maneira nociva contra a busca de vacinação pela população.…”

“…E atrelado a isso, após um século desde a morte de 50 milhões de pessoas no mundo por conta do vírus da Influenza, tal discurso propaga-se de maneira nociva contra a busca de vacinação pela população. Em resultado, a imunização no Brasil contra doenças contagiosas, comparada com os últimos dez anos, nunca esteve tão baixa, segundo estatísticas do Ministério da Saúde (Teixeira & Santos, 2020).…”