Experiência do tipo de parto: relato de puérperas através da análise de discurso

Abstract

Especialista. Coordenador de Enfermagem. Residência Multiprofissional do Hospital IMIP/Dom Malan.Resumo Introdução: A escolha da via de parto é motivo de inquietação e ansiedade, tanto entre as gestantes, quanto para seus familiares. Esta decisão é fortemente embasada pelas características sociais e pelas vivências de cada gestante em relação ao trabalho de parto. Objetivo: Analisar as experiências vividas por mulheres quanto às vias de parto normal e cesáreo. Metodologia: Estudo qualitativo, do tipo exploratório e descritivo, cuja coleta e análise do material empírico ocorreram através de entrevistas semiestruturadas, sob a análise de discurso, aplicadas a 06 puérperas que possuíam experiências em ambas as vias de parto. O local de estudo foi o ambulatório de pós-parto do Hospital Dom Malan, localizado na cidade de Petrolina-PE. A coleta do material empírico ocorreu entre os meses de fevereiro a junho de 2013. O projeto foi submetido ao Comitê de ética da Universidade Federal do Vale do São Francisco sob nº 0006/210113. Resultados: Foi possível perceber que o parto normal é a preferência entre as mulheres pela recuperação mais rápida, constatando ser um resultado semelhante a diversos estudos realizados no país. A cesariana, apesar de ser compreendida por muitas mulheres como parto sem dor, é associada ao maior sofrimento durante o puerpério. Conclusão: As compreensões sobre as vias de parto estão arraigadas por crenças individuais e por influências sociais recebidas por cada mulher. Destarte, a compreensão sobre o sentimento vinculado ao momento do parto é essencial para se proporcionar um cuidado sob o enfoque da humanização do parto e do nascimento. Palavras-chave: Parto Normal. Cesárea. Saúde da mulher. INTRODUÇÃOA via de parto sempre foi motivo de insegurança e medo, tanto para a gestante, quanto para seus familiares. Uma investigação realizada no Brasil, acerca dos aspectos relacionados à escolha do tipo de parto, concluiu que o medo de sentir dor, a indicação de amigos e a possibilidade de ocorrência de lesões vaginais foram mencionados pelas mulheres como alguns motivos para a preferência da cesárea como melhor forma de parturição (OLIVEIRA et al., 2010).Em contrapartida, para as que preferem o parto normal, a justificativa se baseia na recuperação mais rápida quando comparada ao parto por via alta, conforme o mesmo estudo. Além disso, o medo de um parto cirúrgico e suas possíveis sequelas e as experiências anteriores de partos normais de caráter satisfatório são fatores que contribuem para a preferência pelo parto normal (HOTI-MSKY et al., 2002).A despeito do parto normal, a Política Nacional de Humanização do Parto (PNHP) propõe recursos não farmacológicos para alívio da dor e garantia do conforto a parturiente, como o uso das técnicas de relaxamento, a não restrição ao leito e a presença do acompanhante, dentre outros. Além desta, outras estratégias vêm sendo

Percepção De Puérperas Sobre O Seu Desempenho Ocupacional No Pós-Operatório Da Cesariana

“…Com base nas falas das entrevistadas, foi possível constatar que as percepções impresumíveis estiveram relacionadas de modo geral com as dores do pós-operatório, dificuldades encontradas no puerpério imediato e no retorno das atividades habituais, bem como da existência de maiores níveis de medo em relação a possíveis intercorrências na cirurgia, como se observa nos discursos no decorrer desta categoria: Partindo desses discursos e de resultados semelhantes em outros estudos, observa-se que o puerpério de uma cesariana, normalmente marcado por sensação dolorosa, acaba levando a limitações em sua recuperação, embora temporárias, o que gera uma dependência parcial da mulher, necessitando do auxílio de outras pessoas para manutenção das AVD e nos cuidados com o bebê, além de que referem maiores problemas na amamentação (VELHO et al, 2012;COLLAÇO, 2014;CARNEIRO et al, 2015;LEAL, 2015).…”

“…Sabe-se que esse contato precoce auxilia na garantia de sucesso do aleitamento materno e no maior desenvolvimento relacional entre mãe e filho (CARNEIRO et al, 2015;LEAL, 2015).…”

“…Outra puérpera, P3, multípara, com experiência anterior com parto normal e preferência por esta via de parto, relata a dificuldade no pós-operatório da cesariana e temor quanto à anestesia: Fala como esta ratifica as considerações feitas por outros autores em seus estudos, que ressaltam que o procedimento da cesárea, por se tratar de uma cirurgia, apresenta riscos inerentes aos métodos pré e durante o ato cirúrgico, o que pode influenciar nas taxas de morbimortalidade materna e neonatal e nas intercorrências durante ou após a cirurgia (OLIVEIRA et al, 2002;SOUSA et al, 2009;SELL et al, 2012;LEAL, 2015).…”

Existe preparação dos músculos do assoalho pélvico na assistência pré-natal? uma avaliação de mulheres acompanhadas em uma unidade básica de saúde

“…17 Entre as razões para o parto cesáreo estão a preferência médica e o medo da dor do parto vaginal pelas mulheres, 17 que é agravado por uma assistência malconduzida de trabalho de parto, tornando o parto vaginal uma experiência dolorosa. 16,18 Portanto, a atuação multidisciplinar dos profissionais de saúde durante o pré-natal é fundamental para esclarecer as gestantes e familiares sobre os riscos e benefícios dos diferentes tipos de partos, o que conduz à diminuição da ansiedade e garante um sentimento de segurança e confiança às gestantes. 18 As participantes deste estudo se mostraram satisfeitas, em sua maioria, com o pré-natal oferecido.…”

Representações sociais de mulheres frente à escolha da via de parto

“…Pesquisa realizada na região Nordeste, revelou que em consideração a escolha da via de parto, metade das entrevistadas afirmou que não lhes foi concedido o direito de optar pela via de sua preferência. Em outra, realizada na região Centro-Oeste, mais da metade das participantes evidenciou o sentimento de frustração, perda de controle e de seu protagonismo, pois desejavam o parto normal e tiveram que se submeter à cesárea (Nascimento et al, 2015;Santos, Melo & Leal, 2015).…”