2018
DOI: 10.1590/18094449201800530002
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Exorcizando um fantasma: os interesses por trás do combate à “ideologia de gênero”

Abstract: Abstract:The persecution of philosopher Judith Butler during her visit to Brazil in late 2017 revealed the power of the ghost of the so-called "gender ideology", a specter that serves as an articulating focus of various interest groups that struggle against the advance of sexual and reproductive rights. This article seeks to identify these groups and their interests, analyze their alliances and the political grammar of their action. The article presents historic elements to retrace the emergence of the campaig… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
7
0
43

Year Published

2019
2019
2023
2023

Publication Types

Select...
6
2
1

Relationship

2
7

Authors

Journals

citations
Cited by 53 publications
(66 citation statements)
references
References 3 publications
(3 reference statements)
0
7
0
43
Order By: Relevance
“…De facto, a análise da América Latina exige um olhar sobre o papel desempenhado por setores evangélicos e pentecostais na disseminação e cooptação política de discursos anti-género com fins eleitorais (Karina Bárcenas BARAJAS, 2018). No Brasil, os ataques à "ideologia de género" irromperam no contexto de oposição às reformas relativas à educação escolar e ao currículo nacional promovidas pelos governos de esquerda: neste contexto, a "ideologia de género" tornou-se uma categoria com o significado de "doutrinação ideológica nas instituições educacionais" e de hipersexualização de crianças (veja-se, por exemplo, Fernando de Figueiredo BALIEIRO, 2018, Priscila FREIRE, 2018Richard MISKOLCI, 2018).…”
Section: Da Religião Para a Luta Político-partidáriaunclassified
“…De facto, a análise da América Latina exige um olhar sobre o papel desempenhado por setores evangélicos e pentecostais na disseminação e cooptação política de discursos anti-género com fins eleitorais (Karina Bárcenas BARAJAS, 2018). No Brasil, os ataques à "ideologia de género" irromperam no contexto de oposição às reformas relativas à educação escolar e ao currículo nacional promovidas pelos governos de esquerda: neste contexto, a "ideologia de género" tornou-se uma categoria com o significado de "doutrinação ideológica nas instituições educacionais" e de hipersexualização de crianças (veja-se, por exemplo, Fernando de Figueiredo BALIEIRO, 2018, Priscila FREIRE, 2018Richard MISKOLCI, 2018).…”
Section: Da Religião Para a Luta Político-partidáriaunclassified
“…Therefore, an uniformizing perception of the anti-"gender ideology" movement as a trademark of the Global Right incurs in potential misconceptions if it ignores the differentiated domestic reception of this global discourse, namely, how it interacts with local tensions and the specificities of each regional/national context (Paternotte and Kuhar 2018). Conflating the far-right with the (religious) promoters of the attacks on "gender ideology" disregards the fact that the appropriation of religion for political ends can take different forms (Marzouki et al 2016) and that different types of actors and historically different roots are involved in these movements. Furthermore, any comparative examination of the anti-"gender ideology" movements must address their different levels of success in mobilizing electorates, as well as the differentiated practice of governments with these discourses.…”
Section: From Religion To Political Strugglementioning
confidence: 99%
“…Sob o legado da "ideologia de gênero" congressistas, religiosos, e outros setores da sociedade se organizaram para combater este risco a moral e aos bons costumes, como traz Miskolci (2018), citando Miguel (2016) é em 2014, durante os debates sobre o novo Plano Nacional de Educação, que o movimento Escola Sem Partido, uma associação pouco conhecida, criada em 2004 para combater o que definia como "doutrinação marxista" nas escolas e à época mais próxima da agenda econômica neoliberal do Instituto Millenium -passou a adotar como alvo a chamada "ideologia de gênero", tendo sua pauta crescentemente incorporada por diversos grupos políticos. Laicos, evangélicos (neopentecostais ou não) e católicos uniram-se disseminando o espectro da "ideologia de gênero" como suposta ameaça às crianças e à família brasileira em 2015, ano em que Estados e municípios discutiramrespectivamenteos planos de educação estaduais e municipais.…”
Section: Corpos-colôniaunclassified