RESUMOEstudou-se a viabilidade do autotransplante de tecido esplênico, um terço do baço, associado à esplenectomia parcial, e verificou-se a cinética evolutiva de sua regeneração, sob o aspecto macroscópico e histológico. Foram utilizados 28 ratos Wistar, adultos, machos, com média de peso de 300g, distribuídos em quatro grupos experimentais. Cada animal foi submetido à esplenectomia parcial, e um fragmento de baço foi transplantado para o omento maior, por períodos de 30, 60, 90 e 120 dias. Após cada período pré-estipulado, os tecidos esplênicos autotransplantados foram coletados e analisados histologicamente. Os resultados mostraram regeneração da cápsula esplênica, dos vasos sanguíneos e das polpas branca e vermelha. Aos 90 dias, a arquitetura microscópica apresentava-se semelhante à do baço normal.
INTRODUÇÃODurante algum tempo, considerou-se o baço como um órgão destituído de uma função importante, e sua remoção cirúrgica, após traumas, não era considerada danosa ao organismo (Banks, 1992; Carlton, 1998). A esplenectomia, muito difundida durante mais da metade do século XX, obteve grande aceitação, principalmente em relação a afecções hematológicas e ao trauma de baço, pela facilidade técnica e por coibir efetivamente a hemorragia. Sabe-se que o baço desempenha função relevante na imunidade e é importante para os elementos figurados do sangue, tanto da série vermelha como da branca. Está bem documentado que a esplenectomia pode resultar em sérias complicações hematolólogicas, hemostáticas e imunológicas (Tefferi et al., 2000; Akpek et al., 2001; Marques et al., 2002b; Simões et al., 2007).O melhor conhecimento das consequências da esplenectomia resultou em mudanças na conduta cirúrgica em relação ao tecido esplênico, voltadas à sua conservação (Simões et al., 1990;