Estigma associado a gestante/puérpera usuária de crack: ameaça que representa a instituição

Abstract

To reflect on the relationship between pregnant women / women who use crack cocaine and professionals working in health institutions, from which we seek to understand why these institutions pose a threat to these women. This is a theoretical essay originated from the reflections and questions about the way some pregnant women / women who are crack users who participated in a study developed in 2015, about their relationship with professionals working in health institutions. These pregnant women / puerperal women were hospitalized in two maternity hospitals in two municipalities, one in the far south and the other in the northeast region of Brazil. The Law of Copyright was respected by making the appropriate references. We obtained as a result three sections, first section describes the reasons that lead professionals to relate to pregnant women / postpartum women. Then the theoretical basis of the study is presented. Finally, the reflections on the threats that represent the institutions for these women. Pregnant women who use crack when being treated at health services suffer stigmatization / labeling, which is reflected directly in their self-image, which can have serious consequences, including removing them from health services, due to discriminatory attitudes. It also generates low self-esteem feelings of disability and disbelief in life and recovery goals.

Tratamento de mulheres usuárias de crack: Uma análise a partir da literatura

“…Os estudos sugerem que o estigma é ainda maior quando se trata de gestantes que usam crack, sendo especialmente preocupante, visto que a droga traz riscos tanto à saúde da mulher quanto do feto, sendo uma percepção a ser vencida plos serviços de saúde (Ventura et al, 2020).…”

“…Um referencial que não deve ser adotado é o conceito da abstinência, criticado em diferentes estudos já que se baseia na cura da doença, pautada no modelo biomédico, e na concepção do usuário como vítima da substância (Paula, Jorge, Albuquerque & Queiroz, 2014;Medeiros, 2014). Mesmo sendo criticado os autores reconheceram que este referencial pode aparecer no tratamento e que existem fatores promotores das decisões sobre manter-se abstinente, como medo de perderem seus filhos, devido à desestruturação de suas vidas causadas pelo consumo do crack (Camargo et al, 2018;Carvalho et al, 2017;Ventura et al, 2020).…”

“…A ampliação do acesso aos cuidados de saúde precisa envolver diferentes recursos na comunidade: os agentes comunitários de saúde, Programas de Redução de Danos, equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), Consultórios na Rua, agentes de segurança pública e da assistência social, Centros de Atenção Psicossocial, entre outros atores sociais, programas e instituições, que trabalhem de maneira intersetorial consistente (Ventura et al, 2020;Medeiros, 2014). Dentre estas estruturas, é atribuída importância à atuação dos profissionais inseridos no âmbito do território e toda rede de cuidado (Melo & Santana, 2020;Eslabão et al, 2019).…”

Drogas ilícitas e lícitas e suas consequências durante a gestação: uma revisão da literatura

“…Porém, nem sempre a gravidez termina como esperado, com um bebê saudável nos braços e uma mãe pronta para criá-lo em uma nova trajetória de vida (Carvalho, et al, 2019). As mudanças físicas e emocionais peculiares a esta situação afetarão a vida das mulheres e o ambiente social e familiar (Ventura, et al, 2020).…”