“…É nesta perspectiva que a sociologia dos escândalos e a sociologia da corrupção estão imbricadas: mudanças institucionais e socioculturais, muitas vezes, são originadas pelas reações da população diante dos escândalos, os quais ganham proporção ou não pela "ressonância que ganham na mídia" (Grün, 2008, p. 320), como apontam as pesquisas que articulam escândalos, corrupção e o papel desempenhado pela mídia (Grün, 2008;Tumber & Waisbord, 2004;Castells, 2007;Toepfl, 2011). Assim, a sociologia dos escândalos apresenta-se como uma alternativa para a compreensão da corrupção, ou seja, a análise dos esquemas de corrupção pode ser realizada com base nos referenciais teóricos-analíticos dos escândalos, "não apenas para entender as condições que permitem que tais eventos transpirem, mas, também, sua emergência, interpretação e propagação" (Kuhn & Ashcraft, 2003, p. 39), pois a "corrupção percebida não é o mesmo que escândalo, mas é a matéria-prima para a fabricação de escândalos" (Castells, 2007, p. 244).…”