O argumento deste ensaio defende que a reforma do aparelho do Estado é um processo continuado e ininterrupto, relacionado com a renovação do neoliberalismo como ideologia dominante no estágio atual do capitalismo. Neste contexto, o gerencialismo funciona como matriz teórico-ideológica, servindo como marco para o processo de reforma em sua dimensão tática, subordinada a uma estratégia de acumulação no qual o Estado deve facilitar os negócios. A construção do argumento parte da história como recurso fundamental para compreender o presente, lançando luzes na relação essencial entre as transformações das Teorias Organizacionais e a constituição da Administração Pública como área, desde sua origem até os tempos atuais, marcados pelo gerencialismo. Como ilustração, são apresentados os casos da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e das transformações recentes do ensino e pesquisa, reforçando a necessidade de ampliar a compreensão do significado e alcance das reformas do aparelho de Estado na contemporaneidade.