A geração de energia hidrelétrica foi priorizada historicamente no Brasil, de modo que no final dos anos 1970, com um grande número de usinas sendo construídas e em um contexto de abertura política e de mobilização da sociedade civil, grupos de atingidos começaram a se organizar em movimentos sociais que questionavam as práticas de empresas, consórcios e governos. De lá para cá, alguns desses movimentos se consolidaram e permanecem atuando de forma sistemática no país, em configurações regionais ou em movimentos localizados e restritos a implantação de um único projeto.Nesse contexto, este trabalho aborda uma dimensão observada em duas pesquisas que trataram da organização dos atingidos por barragens durante o processo de implantação de hidrelétricas no Brasil 2 e 1 O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -Brasil (CAPES) -Código de Financiamento 001 e da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA). 2 MATIELLO, C. A organização de movimentos sociais nas trajetórias sociotécnicas de implantação de