Abstract:Resumo: O debate entre ciência e religião tem marcado os últimos séculos, com implicações atuais para o ensino de ciências. Passados cento e cinquenta anos do lançamento de "A origem das espécies", vivemos em um mundo não menos religioso do que o enfrentado por Darwin. Como professores de biologia que professam uma fé religiosa cristã lidam com a tensão entre criacionismo e evolução em sua prática pedagó-gica? Para responder a esta questão, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dez professores, e a… Show more
“…Muitos desses professores no Brasil seguem religiões evangélicas e espíritas, diferenciando-se de seus colegas latino-americanos, o que sugere que esse tipo de religiosidade pode ter algum papel nessa concepção, especialmente entre os evangélicos mais dogmáticos. Em relação aos professores espíritas, existem poucas pesquisas analisando uma possível influência dessa crença no ensino de evolução biológica (Teixeira;Andrade, 2014), mas nesta investigação, um dos professores entrevistados relatou que quando explicava a evolução das espécies e do homem, também apresentava a evolução do espírito, promovendo uma inadequada integração da ciência e da religião em sala de aula. Pesquisas anteriores identificaram que a religiosidade tem um impacto significativo nas aulas, podendo gerar conflitos com as crenças pessoais dos alunos e interferir no processo de aprendizado (Amorin;Leyser, 2009).…”
Section: Qual a Relevância De Deus Na Evolução Das Espécies?unclassified
Resumo: Na América Latina, o ensino da evolução se tornou um tema delicado devido às constantes mudanças no panorama religioso. Este estudo analisa as concepções dos professores sobre a evolução em três países latino-americanos: Argentina, Brasil e Uruguai, com diferentes níveis de secularismo. A importância de Deus na evolução das espécies foi analisada por meio das respostas à pergunta B.48 do questionário Biohead-Citizen. As respostas dos professores argentinos e uruguaios não consideraram Deus importante para a evolução, apesar de serem majoritariamente religiosos. Em contraste, muitos professores brasileiros buscaram integrar a ciência com a religião no contexto da evolução e acreditam que Deus é importante para o processo evolutivo. Entrevistas semiestruturadas e outras respostas do questionário confirmaram essas conclusões.
“…Muitos desses professores no Brasil seguem religiões evangélicas e espíritas, diferenciando-se de seus colegas latino-americanos, o que sugere que esse tipo de religiosidade pode ter algum papel nessa concepção, especialmente entre os evangélicos mais dogmáticos. Em relação aos professores espíritas, existem poucas pesquisas analisando uma possível influência dessa crença no ensino de evolução biológica (Teixeira;Andrade, 2014), mas nesta investigação, um dos professores entrevistados relatou que quando explicava a evolução das espécies e do homem, também apresentava a evolução do espírito, promovendo uma inadequada integração da ciência e da religião em sala de aula. Pesquisas anteriores identificaram que a religiosidade tem um impacto significativo nas aulas, podendo gerar conflitos com as crenças pessoais dos alunos e interferir no processo de aprendizado (Amorin;Leyser, 2009).…”
Section: Qual a Relevância De Deus Na Evolução Das Espécies?unclassified
Resumo: Na América Latina, o ensino da evolução se tornou um tema delicado devido às constantes mudanças no panorama religioso. Este estudo analisa as concepções dos professores sobre a evolução em três países latino-americanos: Argentina, Brasil e Uruguai, com diferentes níveis de secularismo. A importância de Deus na evolução das espécies foi analisada por meio das respostas à pergunta B.48 do questionário Biohead-Citizen. As respostas dos professores argentinos e uruguaios não consideraram Deus importante para a evolução, apesar de serem majoritariamente religiosos. Em contraste, muitos professores brasileiros buscaram integrar a ciência com a religião no contexto da evolução e acreditam que Deus é importante para o processo evolutivo. Entrevistas semiestruturadas e outras respostas do questionário confirmaram essas conclusões.
“…Vários trabalhos apontam para as dificuldades enfrentadas por licenciandos e professores da educação básica na relação entre o ensino de evolução e posições religiosas criacionistas dos próprios entrevistados ou por parte dos seus alunos (SEPULVEDA; EL-HANI, 2004;TIDON;LEWONTIN, 2004;FONSECA, 2008;TEIXEIRA;ANDRADE, 2014). Aplicando um questionário a 245 licenciandos em Ciências Biológicas de todos os períodos de uma mesma instituição, Dorvillé (2010) identificou a presença de visões criacionistas, especialmente entre os alunos evangélicos (23,4% dos estudantes).…”
Section: Criacionismo E Suas Implicações Para a Formação Docente E O unclassified
Ao longo das últimas décadas, um número crescente de comunidades evangélicas e adventistas tem defendido o criacionismo em nosso país. Este artigo se propõe a examinar as matrizes identitárias desse movimento, suas transformações ao longo do tempo e a influência de seus discursos na sociedade, em particular no ensino de ciências e biologia. Sugere-se que o enfrentamento dessa situação deva envolver práticas que contribuam para uma melhor compreensão da atividade científica, enfatizando a relevância da sua abordagem na formação inicial. É destacada ainda a importância de atividades didáticas capazes de promover um ambiente de respeito pelas diferentes visões de mundo ao mesmo tempo em que trabalham o conhecimento transmitido pela ótica do estranhamento, desabilitando zonas de conforto.
“…Desde o início da história da história da humanidade, sabe-se da divergência entre ciência e religião (TEIXEIRA et al, 2014). Porém, há uma grande preocupação entre essas duas temáticas quando se trata de âmbito educacional e como esses temas são trabalhados em sala de aula.…”
O presente trabalho tem como princípio analisar a discordância que existe entre ciência e religião, propriamente ditas entre criacionismo e evolucionismo no âmbito educacional. Para a evolução, no livro a ‘’Origem da Espécies’’ de Darwin, todas as espécies sofrem transformações ao decorrer dos milênios de anos, e isto se contradiz quando falamos na teoria criacionista, que defende a ideia de que Deus criou os céus, a terra, e todos os seres vivos que nela habitam. Essas duas teorias voltadas para o ambiente escolar podem trazer séries de divergências, visto que isso procura compreender a prática pedagógica do docente de Biologia que professa uma fé religiosa e ministra o conteúdo de Evolução. Para entender qual a didática do professor, foi aplicado um questionário com sete perguntas semiestruturadas para onze educadores, sendo que seis questões eram fechadas de múltiplas escolhas e uma aberta, onde esta tinha o intuito de analisar a metodologia do mesmo. Foi obtido através das questões que não existe divergência entre ser professor e ser religioso, o que contrapõe a problemática inicial de adversidade entre evolucionismo e criacionismo. Essa pesquisa contribuiu para averiguar a didática do ministrador de ensino de Evolução, e que seja necessário a desconstrução da percepção de que ciência e religião não caminham juntas.
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