EMPREGO DOMÉSTICO: Revendo o Novo

Abstract

Considerando o novo como culminância ou momento privilegiado de uma processo, o artigo aponta alguns momentos de mudança do trabalho doméstico na História: de produção coletiva a individual, de não-remunerada a assalariada, exercida diferencialmente segundo gêneros, classes e gerações. Contemporaneamente, enfim legitimado como análise acadêmica, realiza-se em um contexto social de crise, onde tanto mulheres como classes populares se demonstram capazes de ação política. Based on the definition that the "new" in given social process are those moments in which qualification changes take place, this article discusses domestic work in History. It focuses on change from collective to individualized production and from unpaid to wage labor; and also on how it has been differentiated on the basis of the workers' sex, class and generation. The article focuses basically on the new trends in the condition of housemaids and servants in Brazil, who are begining to organize for political action. Publicação Online do Caderno CRH:http://www.cadernocrh.ufba.br

Financeirização e trabalho no setor hoteleiro: o processo de trabalho das camareiras na rede Accor

“…Porém continua sendo uma categoria dominada pelo trabalho feminino, sendo que 92% das empregadas domésticas são mulheres (DIEESE, 2022). Algumas autoras consideram que o emprego doméstico é uma forma não capitalista de trabalho, pois ele constitui a produção de valores que não estão inseridos na lógica de mercado e que não contribuem em si para a valorização do capital (SAFFIOTI, 1978;BRITTO DA MOTTA, 1992). Porém esse é um debate que continua já que várias autoras, hoje, Para Saffioti, a forte presença do emprego doméstico no Brasil está vinculada ao nível de desenvolvimento do país, já que a persistência de formas não capitalistas de trabalho demostra a incapacidade do modo de produção de absorver a força de trabalho.…”

“…O emprego doméstico também revela a desigualdade presente numa sociedade em que alguns têm renda necessária para contratar aquelas que não possuem acesso a melhores oportunidades no mercado de trabalho. Britto da Motta (1992) A tensão em relação ao tempo de trabalho é um tema central para as trabalhadoras domésticas, segundo pesquisa realizada por Ávila (2009). As trabalhadoras relatam anseios por tempo de lazer, para visitar família ou passear, preocupações com a falta de tempo para cuidar da saúde, dificuldades de organizar o cuidado das próprias crianças, necessidades de tempo para estudar e, ainda, se queixam de sentir sono constantemente.…”