Objetivo: Compreender as percepções de Agentes Comunitários de Saúde sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes. Métodos: Estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa, realizado no município de Iguatu, Ceará, Brasil, com 68 agentes comunitários de saúde no ano de 2018, por meio de grupos focais. Os dados foram organizados em temáticas e interpretados de acordo com a literatura pertinente, utilizando a "Análise categorial de conteúdo". Resultados: Os participantes compreendem que a violência contra os menores perpassa a física, abrangendo a violência verbal e psicológica, sentindo-se desamparados na atuação a violência doméstica contra crianças e adolescentes, não reconhecendo o apoio das instituições de saúde e assistência social, focando-se no Conselho Tutelar. Ainda, sentem medo de represálias e reconhecem a fragilidade no trato ético dos casos de violência, com possível quebra de sigilo, entendendo que o enfrentamento da violência se faz com a abordagem da família, não apenas do menor. Conclusão: Evidenciou-se nas percepções dificuldades interventivas e o receio de represálias, comprometendo as atividades profissionais, gerando a subnotificação e a não intervenção efetiva dos casos de violência conta crianças e adolescentes.