“…Denominava-se assim também construções novas ou improvisadas por particulares, que consistiam em uma série de quartos ao redor de um pátio, cuja finalidade era abrigar muitas famílias, o que implicava em grandes problemas de ordem higiênica e social e, ao tempo, conformava um espaço de alta sociabilidade, onde se desenvolveram expressões artísticas como o próprio tango 30 .As soluções unifamiliares apresentavam-se como uma superação das más condições do conventillo e a busca pela casa própria era associada a uma "ética de esforço e superação"(ABOY, 2005, p.26). As moradias se concretizavam pela compra do lote à prestação e geralmente através da autoconstrução, distinguindo-se: a) a "casa chorizo", símbolo do fracionamento especulativo da terra tanto em áreas já urbanizadas quanto de áreas de expansão urbana, uma construção estreita e de grande comprimento, que partia desde a rua em direção ao fundo do lote agregando cômodos contíguos (não raro construídos em tempos diferentes, à medida que os recursos permitissem) ao longo de um corredor lateral, sendo predominante em Buenos Aires entre as décadas de 1910 e 1940; b) a casilla, unidade exígua em peça única construída em madeira e chapas de zinco, geralmente de caráter Municipalidade de Buenos Aires a emitir títulos para compra de terrenos adequados à construção de grupos de casas isoladas unifamiliares, destinadas às famílias operárias(RIGOTTI, 1991). Em outubro de 1905 é promulgada a Ley de Casas para Obreros, ou Ley Yrigoyen, a primeira lei referente à moradia na Argentina(Ley n. 4.824/1905).Por seu caráter precursor, é possível considerar, segundoRigotti (1991), que assenta as bases da compreensão da moradia operária como necessidade social.…”