“…A guerra não era mobilizada apenas para pontuar as distâncias e hierarquias entre Europa e América, mas compunha o discurso sobre a habitação, tornando-o parte central do desenvolvimento nacional. Ainda que a relação entre habitação e políticas de Estado já tenha sido abordada por muitos autores e estudos latino-americanos (BALLENT, 1993; CARPINTERO, 1997;CIRVINI, 2004;COLLADO, 2011; ZANZOTTERA, 2013;FELDMAN, 2014;FERRARI, 2018; Revista Eletrônica da ANPHLAC, ISSN 1679-1061, Nº 34, p.122-149, Ago./Dez., 2022. http://revista.anphlac.org.brMEDERO, 2021), importa recuperar essa linha de argumentação para enfatizar como a ideia de desenvolvimento e progresso se construía pelas bases do liberalismo e, nesse sentido, se valia da guerra.estes homens foram uma carga ao invés de uma ajuda"(PRIMER, 1940, p.57). A formação de cidadãos por meio de habitações sã e higiênicas, portanto, se fazia a partir do ideário liberal que buscava garantir a utilidade dos corpos para as lógicas de produção da sociedade(BRESCIANI, 2003) e, nesse caso, direcionados à necessidade de corpos úteis para proteger a nação em tempos bélicos.…”