“Egressas” De Serviços De Acolhimento E a Invenção De Novas Possibilidades De Vida

Abstract

O artigo analisa os modos pelos quais jovens “egressas” de serviços de acolhimento institucional (abrigos, casas-lares) inventam novas possibilidades de vida, sob condições que a princípio reforçariam sua vulnerabilidade e falta de potência. A análise tem como base a etnografia realizada sobre as experiências de desinstitucionalização de jovens de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul entre 2010 e 2013. As experiências de desinstitucionalização dessas jovens poderiam ser pensadas a partir das lacunas deixadas pelas políticas de proteção após o desacolhimento. No entanto, por mais que essas experiências sejam marcadas por “uma espécie de improvisação contínua”, tal dinâmica revela mais do que uma simples “tática de sobrevivência”. Assim, a proposta é pensar esses modos de vida com base na chave analítica da invenção (Roy Wagner). Dentre as vias para a invenção, destacam-se o cuidado com os filhos, as maneiras como subvertem os modos de ação das políticas assistenciais e a descoberta do que sabem e gostam de fazer.

Expectativas de futuro de los adolescentes que salen del cuidado institucional por edad en Brasil

“…Through documents like the Child and Youth Statute and the Technical Guidance Manual for Care Services, Brazilian legislation establishes strengthening the adolescents' autonomy needs in the elaboration of their life project, using participatory methodologies that allow them to serve as protagonists (Brasil, 2008). Nevertheless, Brazilian studies appoint the youth's lack of preparation, as well as lack of follow-up during and after their aging out of care (De Souto, 2021;Dias & Silva, 2012;Rifiotis, 2019).…”