Educação infantil e pobreza infantil em tempos de pandemia no Brasil: existirá um “novo normal”?

Abstract

É notório o apelo público por meio de veículos de comunicação para que a população brasileira invista esforços na constituição de um “novo normal” para balizar atividades cotidianas durante e após a pandemia. Com base no método dialético e investigação documental e bibliográfica, este artigo apresenta análises e reflexões sobre essa questão, considerando seus contornos e consequências para a educação de crianças de até seis anos de idade, assinalando expectativas sobre a ação de famílias e professores no processo de “isolamento social”. Destacam-se reflexões relativas à pobreza infantil, categoria analítica que amplia o olhar sobre a criança e sua condição de existência em um país capitalista, cuja política neoliberal tem estreitado os horizontes de direitos e levado à exaustão das forças do trabalhador e à exploração cruel do trabalho, aumentando os níveis de pobreza e miserabilidade e acirrando as contradições e a luta de classes.

A educação da criança do campo em uma perspectiva sócio-histórico-dialética: um diálogo sobre direitos e intercruzamentos entre o campo e a cidade

“…Elas são partícipes nas inúmeras relações sociais, inclusive naquelas que envolvem a construção dos conhecimentos de diferentes naturezas. Nessa direção, entende-se que a criança tem direitos que se conjugam, entre os quais está o direito à participação sócio-política, além, da garantia ao acesso aos bens necessários à sua existência e integridade física e psíquica, garantindo-lhes a interação com bens materiais e imateriais (BARBOSA e SOARES, 2018;2021;SOARES, 2005).…”

Educação infantil e pobreza infantil em tempos de pandemia no Brasil: existirá um “novo normal”?

“…Nesses momentos não há pleno controle do conteúdo midiático a que aquelas ficam expostas, podendo ocorrer situações de risco de assédio ou pedofilia, por exemplo, além de influências voltadas ao consumo de produtos impróprios à infância. Também, é de se prever que em certos casos há crianças que passam a assumir o trabalho doméstico em substituição aos adultos, fato este já denotado por pesquisas realizadas em período anterior à pandemia (VIEIRA, 2018).…”

subjetividade social da escola

“…Desde a educação infantil à superior, as diversas modalidades registraram prejuízos de natureza diversa. Algumas produções explicitaram diversos aspectos desse negligenciamento do Estado com a educação pública (ARAÚJO; OLIVEIRA; TRINDADE; NICOLAU, 2021; PALUDO, 2020;HAGE;SENA, 2021;BARBOSA;SOARES, 2021;FRANCO;NOGUEIRA;PRATA, 2021;CRUZ;MARTINS;CRUZ, 2021;SAVIANI;MARSÍGLIA, 2021) que resultaram em perdas relativas às aprendizagens, de conteúdos e sociais, que acabavam por reverberar no desenvolvimento global dos estudantes e das sociedades.…”