“…De outra parte, sem perder de vista o processo de racionalização e, então, as relações de dominação que a forma escolar evoca, é preciso considerar, mesmo que sem pretensão de exaustividade, outras formas de relações que concorrem à configuração do que produzem aqueles jovens. As práticas juvenis que temos analisado tangenciam os mercados artísticofonográficos e esportivos e, quando observamos o funk e o breaking na sua articulação com anseios de atuação laboral ou com o ingresso em iniciativas remuneradas propriamente, é possível registrar que se dilui a oposição entre trabalho e não-trabalho, assalariamento e não-assalariamento (PINHEIRO, 2020;CAREGNATO, 2022). Nestes casos, a vida profissional pode ser uma sucessão de projetos, de forma que é importante permanecer engajado, flexível e sob o pressuposto de "autorenovação" permanente (mesmo que mediante a fragmentação do cotidiano entre várias ocupações laborais de renumeração variável).…”