Educação Ambiental E Cotidiano: Do Paradigma Moderno À Ecologia Dos Saberes

Abstract

Este artigo é um recorte de um estudo qualitativo desenvolvido no Colégio Estadual Rio de Janeiro (CERJ), em Volta Redonda/RJ, conduzido sob a ótica da Pesquisa com o Cotidiano e a noção de conhecimentos em redes, por meio do mergulho nas redes estabelecidas por estudantes e professores. Neste trabalho objetivamos a investigação das práticas de Educação ambiental desenvolvidas no cotidiano do CERJ. Especificamente, discutimos a influência do paradigma moderno no currículo praticado e narramos a montagem de um mural sobre impactos ambientais e a consequente criação do making off dessa atividade. Os instrumentos usados foram o caderno de campo e as redes de conversações que surgiram nas rodas de conversas e no grupo criado pelos estudantes no Facebook. Os dados produzidos revelaram algumas influências do paradigma moderno evidenciadas na compartimentalização do conhecimento, no enfoque na memorização dos conteúdos e na predominância da percepção conservadora de meio ambiente. Por conta disso, buscamos a aproximação com a Sociologia das Ausências para incentivar a ruptura das práticas com a razão indolente. Movimento que culminou na criação de um making off coletivamente fabricado para dar visibilidade às ações dos sujeitospraticantes e possibilitou a reflexão sobre as práticas educativas, a partir dos diferentes usos e artes de fazer a Educação ambiental no cotidiano do CERJ.

A Educação Ambiental na perspectiva dos estudantes do curso de pós graduação do IFES, campus Ibatiba

“…Esse afastamento pode ser explicado uma vez que a Educação Ambiental é tratada de maneira conservadora e limitada nas instituições de ensino, sendo praticada em ações pontuais (SOUSA FILHO et al, 2015), por algumas disciplinas, especialmente aquelas ligadas às ciências da natureza, pois, para Eduardo et al (2018), as disciplinas ligadas a essa área são eleitas como as que obrigatoriamente se responsabilizam por tal tarefa, a exemplo das disciplinas de ciências e biologia. Por outro lado, Lander (2005) ressalta que as ciências sociais, que estudam os fatores humanos, não devem ser menosprezadas, pois esta área estuda os fenômenos da sociedade como os conflitos sociais, a dinâmica das sociedades, analisando os processos históricos de transformação das organizações sociais permitindo uma melhor compreensão da relação que existe entre a sociedade e a natureza.…”

Educação Ambiental e Programa Agrinho: Ações de práticas sustentáveis / Environmental Education and Agrinho Program: Actions of sustainable

“…Para uma efetiva implementação da Educação Ambiental (EA) nas escolas, faz-se necessário a criação de ambientes e práticas que possibilitem aos atores do processo reflexão e experiências para transformação de contextos e paradigmas (Eduardo et al, 2018). A institucionalização da Educação Ambiental é o resultado de anos de luta de frentes sociais, de pensadores e cientistas que alertaram para a necessidade de uma política sustentável via processo formativo.…”