Este caso de ensino relata a trajetória de D. Vera, uma empreendedora no estado de Sergipe, e de seu empreendimento, situado na área turística da cidade. Trata-se de uma história real de uma mulher que, diante da necessidade, viu uma oportunidade de negócio na feira de turismo da cidade. Após algumas experiências de trabalho que precederam a abertura do negócio, enfrentou uma séria crise financeira e encontrou-se diante de uma situação desafiadora. O que fazer? Ela precisava sobreviver! A oportunidade de empreender numa barraquinha, ainda que com dificuldades, saltou aos olhos, mas a convivência com os outros feirantes e o sonho de ter um negócio maior foram decisivos na busca do seu sonho. Mesmo depois dos percalços, ela alcançou seu objetivo e hoje é uma empreendedora de sucesso. No presente caso, é possível identificar aspectos que remetem ao perfil empreendedor e suas características e ao processo da tomada de decisão. Palavras-chave: Características empreendedoras. Comportamento empreendedor. Tomada de decisão. Administração Estratégica. 1 Quando deu fé, emburacou no trabalho Vera começou a trabalhar muito cedo, desde os 14 anos de idade. Na década de 80, foi admitida em uma empresa de cosméticos, onde iniciou suas atividades abastecendo as gôndolas como promotora de vendas, depois passou a ser demonstradora, função que realizou após um treinamento capilar. Dentro da empresa trabalhava com técnicas relacionadas a cabelo: coloração, descoloração, percentual de cobertura, colorimetria. Era uma gama imensa de aprendizado. Nesse período, ela conheceu Nestor, seu atual esposo. Quando isso aconteceu, era separada e tinha dois filhos do primeiro casamento. Devido a projetos pessoais, saiu da empresa no ano de 2007. Após sair da empresa de cosméticos, D. Vera começou a trabalhar na área de turismo com seu esposo Nestor, por acreditar ser uma área de expansão na economia, chegando a cursar alguns semestres do curso superior em Turismo, entretanto, este curso não atendeu às suas expectativas. Na operadora de turismo, seu trabalho era intenso, pois vendiam passagens e pacotes turísticos, já que atendiam às agências do estado e, ainda, tinham uma parceria com 25 companhias aéreas. Após 5 anos, depois de iniciado o empreendimento, a agência decidiu inovar, entrando no segmento de cartões de crédito. Mas como nem tudo são flores, os cartões foram clonados e ficaram com um prejuízo de 280 mil reais, sem poder pagar na rua. E, com isso, veio a falência. O que fazer agora? Sem arrudeio! Eu vou pelejar! Diante da crise que assolou D. Vera, numa tarde de sábado ela estava perdida em seus pensamentos e começou a observar seu vizinho, que era um velho conhecido da empresa Varig e viera do Rio de Janeiro para Aracaju em busca de novos ares. Eles conversavam com frequência, e ele sempre falava que, quando se aposentasse, iria viajar muito, não queria nem saber de trabalho. Ele se aposentou e fez apenas uma viagem. Confessou a Vera que esse novo estilo de vida não lhe agradou, principalmente, porque ficar em casa o deixou entediado...