O método imunocitoquímico de peroxidase anti-peroxídase é aplicado, pela primeira vez, em tecidos de natimorto macerado de II-III graus para coloração específica de amastigotas do Trypanosoma cruzi, em caso de doença de Chagas congênita. Os resultados mostram que o encontro de ninhos de amastigotas é muito facilitado pelo método, mesmo em tecidos autolisados, onde a morfologia dos parasitas geralmente se mostra muito alterada; o método é recomendável, também nestes casos, para a avaliação mais precisa da intensidade do parasitismo.Palavras chaves: Peroxidade, anti-peroxidase. Doença de Chagas congênita. Maceração fetal. Trypanosoma cruzi.A transmissão intra-uterina da doença de Cha gas é demonstrada de modo definitivo, do ponto de vista histopatológico, pela presença do parasitismo nos tecidos fetais. Geralmente os órgãos mais atingi dos são o coração, pele, pulmões, tubo digestivo, encéfalo, bexiga e o tecido muscular esquelético 13. Entretanto, em número importante de casos, a trans missão congênita é observada em natimortos, muitas vezes macerados de II ou III graus 3 4, quando a avaliação do parasitismo encontra-se prejudicada. Em conseqüência da autólise, as formas amastigotas apre sentam-se morfologicamente alteradas, o cinetoplasto e o núcleo nem sempre mantêm-se conservados, impedindo ou dificultando o reconhecimento dos amastigotas em preparações histológicas convencio nais, podendo inclusive ser confundidos com outros parasitas como o Toxoplasma g o nd i5.Tendo em vista a utilização do método imuno citoquímico pela peroxidase anti-peroxidase (PAP) para a demonstração do T. cruzi em cortes histológicos de rotina2, resolveu-se aplicar o referido método em tecidos de feto macerado, com diagnóstico de doença de Chagas congênita. Deste modo, propõe-se avaliar a utilidade do método imunocitoquímico para o diagnós tico e quantificação do parasitismo neste tipo de material, na tentativa de se contornar as dificuldades acima descritas, quando se utilizam colorações con vencionais.