Do lado de fora do jardim encantado: comunicação e desencantamento do mundo

Abstract

Os jornais apresentam diariamente os desdobramentos contemporâneos das transformações sócio-culturais ocorridas nos últimos séculos, os resultados do capitalismo tardio que estendeu seus braços à maior parte do mundo, com a consequente globalização econômica e suas rachaduras, suas incongruências, sua insustentabilidade. No entanto, muito pouco se fala, nos jornais ou fora deles, a respeito da visão de mundo que subjaz e sustenta esse paradigma sócio-econômico, vigente tanto no território da ciência e da tecnologia, quanto no território da ética e da religião que as balizam. Pouca coisa também se tem falado a respeito das profundas transformações semióticas ocorridas nesse cenário, de como as sociedades contemporâneas tecnológicas vêm operando uma profunda crise nos processos de significação, que põem do avesso os sentidos partilhados e as comunicações que a partir deles se constroem. Utilitarismo e visão maquínica são heranças históricas que nos levam a esse atual cenário de desencantamento que passa necessariamente pela relação do homem com seu meio ambiente e com outros homens, logo, por suas relações comunicativas, bem como pelo avesso dessas relações, pelos processos por meio dos quais se constrói o fenômeno da incomunicação. O artigo se propõe a resgatar o sentido comum presente nos termos comunicação e comunhão, analisando as origens desses dois processos em busca de sua raiz comum e da discussão acerca das condições sócio-culturais que promoveram, em determinado momento de nossa história, uma dissociação entre esses dois processos, dissociação essa a partir da qual o sentido de comunicação se transformou radicalmente, favorecendo a imposição de uma visão meramente funcional e utilitarista sobre comunicação.

Burnout e o sofrimento psíquico no ambiente de trabalho

“…A persona é uma aparência, uma realidade bidimensional, como se poderia designá-la ironicamente". Em nosso estudo pautamo-nos especialmente nos trabalhos de Han (2017Han ( , 2021, Contrera (2017) e Kast (2016) para referenciar as análises propostas, assim como nas leituras mitológicas de Brandão (2015ade Brandão ( , 2015b e Kerényi (2015) para investigar os martírios míticos. O sujeito de desempenho esgotado, depressivo está, de certo modo, desgastado consigo mesmo.…”

“…A literalidade do pensamento neoliberal quase sempre impossibilita a reflexão destes acontecimentos na perspectiva do imaginário, mas Contrera (2017) O bom sono é, ele mesmo, uma conclusão. O sujeito do desempenho exaurido, em contrapartida, adormece como uma perna adormece.…”

O Modelo Perma Como Diagnóstico Do Ambiente Organizacional E Bemestar Dos Colaboradores

“…Os homossexuais, engolfados por esse processo de "apagamento" de suas experiências, fazem parte de um intricado (e cruel) processo presente em diversas sociedades modernas, nas quais há uma "crise dos grandes relatos sociais" (Contrera, 2017). De certa forma, isso nos faz pensar que a narração é parte importantíssima da experiência, e que o que não é narrado, contado, registrado, corre o risco de deixar de existir na diacronia do tempo.…”

“…Este trecho do filme, além de muitos outros, remetem o espectador à importância dos tutores de resiliência, que, segundo Contrera (2017), seriam "pessoas ou instâncias que partilham a experiência da ressignificação implicada na resiliência", com experiências que têm em comum a centralidade dos processos comunicativos para que a resiliência se estabeleça como possibilidade real. A filhinha de Kátia é, indubitavelmente, uma de suas principais tutoras de resiliência.…”

Las Comunicaciones: Un Reto Educativo Durante La Pandemia

“…Todo esse preâmbulo é necessário porque é imprescindível refletir acerca do que aponta Contrera (2017) quanto a um ponto central inerente à sociedade midiática, que é a questão do enfraquecimento do papel do contexto para o pensamento da comunicação.…”