Resumo.A citricultura no Nordeste do Brasil está concentrada nos Estados da Bahia e Sergipe, com 106.385 ha de área plantada no agroecossistema dos Tabuleiros Costeiros, onde predominam Latossolos Amarelos, que apresentam horizontes coesos subsuperficiais que se tornam extremamente duros quando secos. Esses horizontes impedem o desenvolvimento das raízes ao longo do perfil, diminuindo o volume de solo explorado e a disponibilidade de água e nutrientes. Para romper a zona de ocorrência da coesão e aumentar o volume de solo ocupado pelas raízes, foram utilizados plantios com profundidades de cova de 0,40; 0,60; 0,80; 1,00 e 1,20 m, com laranjeira 'Valência' enxertada sobre limoeiro 'Volkameriano'. A distribuição das raízes, divididas em quatro diâmetros, apresentou diferenças entre tratamentos. Os melhores resultados ocorreram na linha de plantio para os tratamentos 0,80 m, 1,00 m e 1,20 m. Termos de indexação: práticas culturais, fruticultura, solos coesos.
CITROS ROOT DISTRIBUTION IN COASTAL TABLELANDS
INTRODUÇÃOA citricultura tropical litorânea estabelecida no agroecossistema dos Tabuleiros Costeiros (TC), no Nordeste do Brasil, entre os Estados da Bahia e Sergipe, respectivamente segundo e terceiro produtores nacionais, ocupa 106.385 hectares e representou 11,28% da área colhida no Brasil, no ano de 2002. Cultura de grande importância social para essa região, cultivada principalmente por produtores com áreas menores do que 10 ha, que respondem por 68% das propriedades e 34% da produção na Bahia, e 86% das propriedades, e 47% da produção em Sergipe (IBGE, 2004).Os TC estão localizados na faixa litorânea, indo desde o Estado do Rio de Janeiro até o Amapá, onde predominam Latossolos e Argissolos Amarelos, solos que se caracterizam pela presença de horizontes subsuperficiais coesos, que apresentam pequeno volume de macroporos e extrema dureza quando secos (Jacomine et al., 1977).O desenvolvimento radicular em profundidade nestes solos é incipiente, já que as raízes tendem a se desenvolver apenas nas fraturas existentes nas camadas coesas, ocorrendo uma visível redução no volume de raízes em relação aos horizontes sobrejacentes e subjacentes (Demattê et al., 1996). A resistência à penetração aumenta com a redução da umidade do solo de forma exponencial nos horizontes coesos dos TC e de forma linear nos horizontes não coesos (Giarola et al., 2001). Esta resistência mantém o sistema radicular dos citros com aproximadamente 60% de seu volume na profundidade de 0-0,20 m e 90% entre 0-0,40 m (Cintra et al., 1999; Souza et al., 2004b).A roçagem na época de chuvas e a gradagem no período de seca na entrelinha, com capinas manuais na linha de plantio, utilizadas para a citricultura nos TC, tendem a aumentar a densidade do solo na sua superfície (Portela et al., 2001). A interação da compactação superficial, oriunda das práticas culturais, e a coesão subsuperficial, oriunda da gênese desses solos, restringem a infiltração e aumentam as perdas de água por evaporação (Paiva et al.,1998; Souza & Paiva, 2001). Os horizontes co...