Determinantes da Distribuição da (Des)igualdade de Gênero entre os Estados Brasileiros

Abstract

Resumo A igualdade de gênero é fundamental para um desenvolvimento econômico sustentável. O Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, ainda precisa de um grande avanço no sentido de conquistar uma sociedade mais igualitária entre homens e mulheres quando comparado a países do mesmo porte econômico. O presente estudo faz uma análise da evolução da igualdade de gênero no Brasil entre 1997 e 2012, e quais os impactos da globalização, do desenvolvimento econômico e de medidas de bem-estar sobre a distribuição da igualdade de gênero entre os estados brasileiros. Para isso, foi utilizada a metodologia econométrica de dados em painel. Os resultados mostram que a igualdade de gênero aumentou no período e que, além disso, a globalização, mensurada com base no investimento direto estrangeiro e no acesso da população a aparelhos de televisão, elevou a igualdade entre os sexos no Brasil.

Mapeamento dos Índices da Desigualdade de Gênero por Unidade da Federação no Brasil

“…Posteriormente, em 2016, o trabalho de [Bortoluzzo et al 2016] usou a metodologia de cálculo de Luísa, com diferenc ¸as na dimensão de política. Primeiro, os dados foram coletados de um único site, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e ao invés de calcular a razão do número de mulheres que ocupam cargos eleitos no congresso nacional com relac ¸ão ao número de homens, foi considerada a razão do percentual de mulheres eleitas com relac ¸ão ao número de candidatas sobre o percentual de homens eleitos com relac ¸ão ao número de candidatos, o que revela a preferência do eleitor também com relac ¸ão ao gênero.…”

Dimensões do empoderamento feminino no Brasil: índices e caracterização por atributos locacionais e individuais e participação no Programa Bolsa Família

“…Por exemplo, Norte e Nordeste, que tendem a possuir os piores indicadores socioeconômicos (IBGE, 2019), não têm sempre as menores médias dos índices. 7 Nessa linha, Souza (2012) e Bortoluzzo et al (2016), em análises com índices sintéticos de igualdade de gênero, não apontam a renda como fator determinante de uma maior equidade, com estados do Norte-Nordeste com melhor desempenho do que Sul-Sudeste. Iniciando as análises dos atributos pessoais, nota-se que, quanto maior a idade, maior é a média do índice ED -médias estatisticamente distintas -, ou seja, maior tende a ser a capacidade de a mulher decidir sobre questões econômicas e domiciliares.…”

“…Porém, são calculados índices de (des)igualdade de gênero, como em Souza (2012) eBortoluzzo et al (2016).…”

O cuidado parental igualitário: implicações para a construção de um modelo de interação triádica pai-mãe-bebê

“…autoras que alguns estados destoam do que é apresentado em nível regional, seja apresentando índices de maior igualdade de gênero numa região de menores índices, ou vice-versa. Estados como Roraima, Amapá, Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul figuram como aqueles com maiores índices de igualdade de gênero (Bortoluzzo et al, 2016). Numa linha oposta de argumentação, também baseada em estudos quantitativos, Pedrosa e Salvato (2008) destacam que no sudeste os indivíduos têm apresentado maior distribuição de renda e melhor distribuição da educação quanto ao gênero da população.…”

“…Por fim, a literatura científica tem apontado uma maior incidência de referenciais parentais contemporâneos em casais de dupla-carreira, com alto nível de escolaridade e residentes nos centros urbanos, o que também fez parte da delimitação da amostra. Outros aspectos a serem destacados dizem respeitos aos índices que situam, em alguns estudos, o nordeste brasileiro como uma região que ainda tem sido mais marcadamente referenciada a partir da influência do modelo hierárquico de família (Pedrosa & Salvato, 2008); e os índices que situam Alagoas a partir de um contexto psicossocial em que ainda imperam extremas desigualdades de gênero (Bortoluzzo et al, 2016). Considerando que em ambas as tríades participantes os membros dos casais possuíam carreiras, tinham nível superior completo (alguns com pós-graduação), estavam situados na classe média e residiam em Maceió/Alagoas, a validação ou refutação desses pressupostos será discutida a partir dos dados coletados.…”