Abstract:As desigualdades sociais têm sido pesquisadas convencionalmente como processos sincrônicos no quadro das fronteiras nacionais e articuladas pelo conceito de classe. Isso significa que a investigação estabelecida não considerou adequadamente as dimensões históricas e os entrelaçamentos globais ou as interconexões entre classe e outras classificações sociais que moldam as desigualdades existentes.Algumas contribuições recentes tentam corrigir essas deficiências analíticas a partir de diferentes perspectivas. Com… Show more
“…Trata-se, portanto, de impedir o desperdício de experiências, passadas e presentes, que a imposição unidimensional, logocêntrica e monocultural ocidental impôs ao resto do mundo. Essas experiências estão presentes, por exemplo, nas discussões propostas pela biodiversidade, na medicina alternativa, no ecofeminismo, na agroecologia, nos conhecimentos indígenas e afrodescendentes, práticas de milhares de anos em outras partes do mundo (Tybusch & Nunes, 2014;Sousa & Tesser, 2017;Carmo, et al, 2016;Nodari & Guerra, 2015;Bergamaschi, Doebber, & Brito, 2018;Costa, 2012).…”
Resumo O artigo tem por objetivo discutir essas lacunas/ausências utilizando, para isso, o levantamento realizado por Guareschi, Galeano e Bicalho (2020) de temáticas publicadas na revista nos anos de 2005 a 2018 e discutindo-o à luz da sociologia das ausências. Observa-se que, embora em uma primeira reflexão possa se pensar que as temáticas ausentes nesta revista tenham se deslocado para outros espaços de publicação, cabe avaliar de forma mais detalhada o que essas ausências e baixa frequência podem significar. Em geral, revelam que interesses mais localizados, menos cosmopolitas e fora da lógica capitalista tendem a ser considerados residuais, inferiores e locais. A ciência seguindo essa lógica prima por discussões generalizáveis e internacionais com alta validade interna. Contudo, essas discussões nem sempre alcançam temas com validade externa e ecológica ou que respondam a demandas específicas de algumas populações que não se veem representadas nas discussões gerais. Conclui-se que o exercício da ciência é trabalhar nesta tensão com vistas a buscar evidenciar e proporcionar espaços de interlocução para temáticas que, por si só e à luz da ciência globalizada, não encontrarão espaços para revelar-se e seguirão relegadas a escuridão e ausência.
“…Trata-se, portanto, de impedir o desperdício de experiências, passadas e presentes, que a imposição unidimensional, logocêntrica e monocultural ocidental impôs ao resto do mundo. Essas experiências estão presentes, por exemplo, nas discussões propostas pela biodiversidade, na medicina alternativa, no ecofeminismo, na agroecologia, nos conhecimentos indígenas e afrodescendentes, práticas de milhares de anos em outras partes do mundo (Tybusch & Nunes, 2014;Sousa & Tesser, 2017;Carmo, et al, 2016;Nodari & Guerra, 2015;Bergamaschi, Doebber, & Brito, 2018;Costa, 2012).…”
Resumo O artigo tem por objetivo discutir essas lacunas/ausências utilizando, para isso, o levantamento realizado por Guareschi, Galeano e Bicalho (2020) de temáticas publicadas na revista nos anos de 2005 a 2018 e discutindo-o à luz da sociologia das ausências. Observa-se que, embora em uma primeira reflexão possa se pensar que as temáticas ausentes nesta revista tenham se deslocado para outros espaços de publicação, cabe avaliar de forma mais detalhada o que essas ausências e baixa frequência podem significar. Em geral, revelam que interesses mais localizados, menos cosmopolitas e fora da lógica capitalista tendem a ser considerados residuais, inferiores e locais. A ciência seguindo essa lógica prima por discussões generalizáveis e internacionais com alta validade interna. Contudo, essas discussões nem sempre alcançam temas com validade externa e ecológica ou que respondam a demandas específicas de algumas populações que não se veem representadas nas discussões gerais. Conclui-se que o exercício da ciência é trabalhar nesta tensão com vistas a buscar evidenciar e proporcionar espaços de interlocução para temáticas que, por si só e à luz da ciência globalizada, não encontrarão espaços para revelar-se e seguirão relegadas a escuridão e ausência.
“…Os regimes compensatórios, do fim do século XX, de acordo com Costa (2012) têm como principal lógica de estratificação (que também é uma lógica de redistribuição) o destaque de uma população-alvo das políticas compensatórias, bem como alianças antirracistas internacionais (por exemplo, a III Conferência Mundial contra o Racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância correlata, em Durban, no ano de 2001, na qual os países signatários se comprometem a adotar medidas de ação afirmativa tais como a valorização da história e da cultura dos grupos étnico-raciais minoritários na educação) e influência de organizações multilaterais. Apesar da emergência de regimes compensatórios na história dos regimes de desigualdade da AL, que podem significar, em determinados contextos, vantagens para os afrodescendentes, Costa (2012) una lengua y una cultura forman parte del repertorio de demandas que se agregan a las de tipo económico y social y que se enlazan con la adquisición de derechos políticos como marco regulatorio y legitimador. (p.42)…”
Resumo Neste texto, tem-se por objetivo apresentar um quadro dos estudos comparados existentes sobre políticas educacionais antirracistas na América Latina, com foco na população negra. Realizou-se a pesquisa em bases de dados online, encontrando seis trabalhos sobre o tema, tendo como foco principalmente Brasil e Colômbia. Ainda que os estudos destaquem que os negros na América Latina enfrentam dificuldades semelhantes no campo educacional, é alarmante a falta de estudos comparados sobre essa população na região, o que pode estar relacionado à falta de dados estatísticos baseados em critérios raciais.
“…Além do interesse em estudar o anticonsumo em outras culturas além dos países europeus e Estados Unidos, os países emergentes da América Latina apresentam economias subdesenvolvidas e grande desigualdade social (Costa, 2012). Tendo em vista que o acesso aos bens básicos de consumo é essencial para se alcançar o bem-estar individual e o financeiro, torna-se pertinente compreender o anticonsumo sobre a prerrogativa dos países de economias emergentes, no qual o acesso é desigual.…”
O anticonsumo vem crescendo entre os consumidores em diferentes culturas, como os países emergentes da América Latina. Tais países apresentam economias subdesenvolvidas e com grande desigualdade social, o que torna pertinente investigar a relação entre a classe social do indivíduo e a adoção do anticonsumo, mediada pela satisfação com a vida, bem-estar financeiro e privação material. Empregou-se um estudo exploratório-descritivo, de natureza quantitativa e de corte único. Utilizou-se os dados da Latinobarómetro (2017), com uma amostra de 17.608 indivíduos, para empregar uma análise mediação multivariada. Os resultados evidenciam que indivíduos mais satisfeitos e com melhor bem-estar financeiro possuem maior propensão a adotar o movimento de redução do consumo. Em semelhança, a privação material aumenta a propensão de adotar o anticonsumo. Esses resultados contribuem para evidenciar algumas determinantes que impactam o estilo de vida de redução do consumo em países emergentes.
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