As estimativas globais sobre o declínio da mortalidade materna revelaram que os resultados atingidos não serão suficientes para alcançar, na maioria dos países, as Metas de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir em 75% a razão da mortalidade materna em 15 anos 1,2 . Em 2010, havia sido alcançada a redução de 47%, tomando como ano a razão de 1990, o que significa em números absolutos que aproximadamente 287.000 mortes maternas ocorreram em todo o mundo. Duas regiões se destacam: a África Subsaariana (56%) e o Sul da Ásia (29%), que respondem por 85% do número absoluto total (245.000 mortes maternas) em 2010. Apenas dois países são responsáveis por um terço das mortes maternas globais: a Índia, com 19% (56.000) e a Nigéria, com 14% (40.000). A razão de morte materna em 2010 foi de 210 mortes maternas por 100.000 nascidos vivos, ou seja, quase a metade das 400 mortes maternas por 100.000 nascidos vivos em 1990. Nesta mesma publicação, devido ao método e ao fator de correção empregados, a razão para a América Latina e o Caribe é de 80, e a do Brasil é de 56, dentro de um intervalo com um limite de confiança entre 36 e 85 com número absoluto de mortes de 1998 3 .Controvérsias metodológicas e números absolutos a parte, todos concordam que a redução foi importante, mas insuficiente, e que será necessário aumentar a velocidade de declínio no tempo remanescente para alcançar a meta estipulada. Em setembro de 2010, o Secretário Geral da ONU lançou a "Estratégia Global de Saúde de Mulheres e Crianças", buscando mobilizar apoio por parte dos governos, organizações da sociedade civil e outros parceiros em resposta à necessidade de acelerar esforços para salvar a vida e melhorar a saúde das mulheres e recém-nascidos 4 . As Nações Unidas reconhecem que existe uma lacuna entre o investimento necessário e o que está atualmente previsto para a saúde das mulheres e crianças, e que para produzir mudanças previstas é necessário incrementar os recursos financeiros em cerca de U$40 bilhões ao longo dos próximos cinco anos 5