Depressão, ansiedade e estresse entre profissionais da atenção primária à saúde na pandemia da COVID-19

Abstract

Objetivo: Avaliar os fatores associados aos níveis de depressão, ansiedade e estresse em profissionais da Atenção Primária à Saúde, no contexto da pandemia da COVID-19. Métodos: Para o mapeamento da tríade, utilizou-se a Depression, Anxiety and Stress Scale e um instrumento de coleta de dados que continha variáveis sociodemográficas e clínicas dos participantes. Os dados foram analisados utilizando estatística descritiva e inferencial, por meio dos testes de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e Spearman, com nível de significância de 5%. Resultados: Dos 162 participantes, 11,7% tiveram níveis de depressão, ansiedade e estresse moderado ou superior; 26,5% apresentaram ansiedade moderada ou superior; 19,8% expressaram estresse moderado ou superior; 17,3% manifestaram depressão moderada ou superior. Sexo feminino, menor renda familiar, menor nível de escolaridade, diagnósticos prévios de ansiedade, depressão e/ou Burnout, não realização de atividade física, uso de medicações ansiolíticas e/ou antidepressivas, e acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico foram associados a maiores níveis de depressão, ansiedade e/ou estresse. Conclusão: Os profissionais da Atenção Primária à Saúde tiveram sua saúde mental afetada pela pandemia da COVID-19, apontando para necessidade de ações voltadas à promoção da saúde mental destes.

Estratégias de coping de profissionais da saúde de Piracicaba durante a COVID-19

“…Conforme os resultados da Tabela 5, F8 -Reavaliação positiva -foi o fator mais predominante em todas as faixas etárias, seguido do F4 -suporte social, principalmente para os mais idosos (0,875), porém não significativo para a faixa dos 41-50 anos. Pôde-se perceber que a maior parte dos profissionais de saúde desse estudo foi composta por mulheres, corroborando outros estudos da área (Andrade et al, 2023;Oliveira et al, 2021;Ribeiro et al, 2015). As mulheres enfrentam jornadas duplas de trabalho e as que atuam na área da saúde estão mais expostas aos efeitos negativos na saúde mental (estresse, depressão e ansiedade), devido a serem, geralmente, as responsáveis pelo cuidado com os filhos e as atividades domésticas, lidando com o medo de infecção e contaminação de familiares e a discriminação social (Bezerra et al, 2020).…”

“…Um estudo realizado com 162 profissionais da APS mostrou que o sexo feminino, com níveis mais baixos de escolaridade e renda, sedentarismo, diagnósticos prévios de depressão e ansiedade, uso de medicamentos e sob tratamento psicológico e psiquiátricos apresentaram elevados níveis de estresse, depressão e ansiedade, embora mais de 50% da amostra estavam com sintomas leves a normais desses três constructos no contexto da pandemia (Andrade et al, 2023). Outro estudo no período pandêmico da COVID-19, com participação de 130 profissionais de 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 32 unidades da Estratégias Saúde da Família (ESF) apontou que 40% dos profissionais entrevistados possuíam algum tipo de doença mental, sendo que 11,6% receberam diagnóstico de estresse, 36,5% de ansiedade e 19,2% de depressão (Carvalho et al, 2023).…”