ABSTRACT:Thinking the urban discourse, we begin with the analysis of a particular social situation, that of the boys called Falcons, considered to be delinquents, to then, through this analysis, comprehend how the meanings of violence are constituted and formulated and how they circulate in our contemporaneous society, having globalization as the conjuncture. It is a discursive analysis in which notions of "subject", "individual", "society" and "historicity" are brought together as articulators of the analysis.
INTRODUÇÃONosso objeto de reflexão é a relação entre o indivíduo e a sociedade procurando compreender a forma e a necessidade dos movimentos sociais urbanos que, mal metaforizados, resultam na delinqüência -e ligamos a palavra delinqüência a de-linquo que significa enfraquecer, desligar, pensando justamente a necessidade do sujeito histó-rico e simbólico de praticar laços sociais (E. Orlandi, 2004).Teoricamente, estabelecemos um quadro de referência (E. Orlandi, 2001) onde refletimos sobre a interpelação do indivíduo em sujeito (forma histórica do sujeito capitalista, sustentado pelo jurídico) e sua individuação pelo Estado, resultando daí um sujeito ao mesmo tempo livre e responsável. As formas de individuação do sujeito pelo Estado, estabelecidas pelas instituições, resultam em um indivíduo ao mesmo tempo responsável e dono de sua vontade. É o sujeito individuado, de natureza sócio-histórica ideológica, indivíduo já afetado pela língua e pela ideologia que se identifica pela sua inscrição nas diferentes formações discursivas, de que resultam distintas posições sujeitos, relativamente às formações sociais. Assim, a noção de sujeito individuado 1 não é psicológica mas política, ou seja, a relação indivíduo-sociedade é uma relação política. Nesta teorização, nenhum dos elementos que a constituem pode ser pensado sem os demais.* IEL/Labeub/Nudecri -Unicamp. 1 Observe-se que estamos utilizando a palavra "individuação" e "individuado" para distanciarmos nossa proposta de propostas psicologizantes que falam em individualização e individualizado. Também para distinguir o que é interpelação do indivíduo (psico, bio) do sujeito e a individuação do sujeito pelo Estado, de que resulta o indivíduo pensado sócio-historicamente.