RESUMO: O artigo discute as categorias de conformação das subjetividades adaptadas ao cenário social de crise do capital, especificamente as categorias cosmopolitismo e performatividade, e como a categoria de competências, enfatizada na Base Nacional Comum Curricular, se relaciona com elas. As reformas educativas neoliberais possuem o papel de produzir conformismo por meio da formação unilateral para o trabalho e para uma cidadania adequada às características deste tempo: precariedade do trabalho e aumento do desemprego, competitividade, repressão do Estado e o aniquilamento das resistências da classe trabalhadora e, como pano de fundo ideológico, o processo de deslocamento das responsabilidades para o âmbito individual. As competências são uma forma de adaptação do projeto educacional a este tipo de sociabilidade, que esvazia as qualificações profissionais para percursos laborais individuais, inseguros, sujeitos a constantes avaliações. Assim, o cosmopolita, como empreendedor de si mesmo, é o projeto de formação humana adequada ao espírito performático neoliberal.