Costa Pinto em dois tempos: os efeitos periféricos na circulação de ideias

Abstract

Este artigo propõe uma abordagem sociológica para analisar como a relação entre centro e periferia afeta a produção e a circulação de ideias. Por meio do conceito de “efeitos periféricos”, procuro examinar empiricamente como essa relação afeta a construção de textos sociológicos. O objeto empírico do artigo é o texto “Sociologia e mudança social”, do brasileiro Luiz de Aguiar Costa Pinto, publicado originalmente em 1947 e republicado em 1961. O artigo compara as duas versões e demonstra como as diferentes posições do seu autor nos circuitos periféricos explicam mudanças conceituais e textuais.

15 Anos de “Sport” – Investigando a Periferia, Investigando na Periferia

“…Começo por dialogar com o excelente artigo de João Marcelo Maia (2019). Seu potente texto se inicia apresentando uma questão que muito interessa a nosso debate:…”

“…No caso da investigação do esporte, notadamente para quem estuda os momentos iniciais da estruturação do campo, o conceito parece-me plenamente adequado, até mesmo por a prática ter data e local de nascimento, o Reino Unido (mais especificamente a Inglaterra) do século XVIII, de onde se espraiou na esteira das intensas relações de negócios que os britânicos estabeleceram pelo mundo, bem como da difusão de noções despeito de aceitar e ter como válido o conceito de periferia, ainda no diálogo comMaia (2019), creio que se deve fazer as devidas ressalvas na sua compreensão. Não se trata de sugerir que haja uma atitude passiva dos periféricos.Esses não são "meros Investigando na Periferia Victor Andrade de Melo estávamos mesmo em melhor condição de respeitabilidade e obtenção de recursos do que colegas de países que tradicionalmente se dedicaram à investigação do esporte 12 .…”

“…Maia (2019), dialogando com Beigel, lembra que "há vários processos históricos de mediação que impedem a afirmação simplista de que toda ciência feita na América do Sul seja naturalmente 'periférica'" (p. 178). Na trajetória de nosso grupo de pesquisa, sempre estivemos atento a tal dimensão, reconhecendo as peculiaridades nacionais.De um lado, talvez tenhamos que lidar com preconceitos ainda mais fortes no que tange a determinados objetos de pesquisa, especialmente os que tem conexão com a cultura popular, mais ainda com os da cultura de massa, algo que se refletiu mesmo em questões cotidianas tais como a dificuldade de inserção acadêmico/profissional 11 .De outro lado, pelo menos em determinado momento, assistimos a um enorme crescimento do interesse pelo tema, um desdobramento da década dos megaeventos que no Brasil vivemos.…”

Novas performances públicas. Os clubes Athleticos e a educação do corpo (Rio de Janeiro, 1884-1889)

“…De toda forma, estamos alinhados com os autores que percebem que há assimetrias e fluxos de trânsito cultural, percebendo, contudo, as releituras e ressignificações dos processos. Para um debate sobre o tema, ver Maia (2019). Ver também Canclini (1997).…”

Aprender a Ser Chic: A Patinação Em Curitiba (1879-1916) - Uma Experiência Moderna

“…Para um debate sobre trânsitos culturais e o estabelecimento não linear de uma relação centro-periferia, verCanclini (1997) eMaia (2019).…”