PLURAL
IntroduçãoRealizar balanços sobre a produção brasileira das ciências sociais e da antropologia, em particular, traz como resultado uma série de impactos e pertinências. Se de um lado, no sentido estrito da própria produção acadêmica, a tarefa consiste em um esforço de refletir sobre a evolução, os caminhos, a dinâmica e o que se quer estudar no campo, de outro lado, esses balanços demarcam fronteiras que posicionam qualitativamente perspectivas e grupos em relações de competição, revelando ao mesmo tempo as disputas internas ao campo. De qualquer forma os balanços são sempre interessantes porque instauram um ponto de partida para se pensar o campo. Nesse sentido, a coletânea Horizontes das Ciências Sociais (Martins e Duarte 2010) é bem vinda.Entretanto, há um possível efeito (não) desejado nesse tipo de démarche que é quando o ponto de partida se torna o ponto de chegada, e o balanço se torna a "realidade" do campo acadêmico e não uma visão sobre ele 1 . Para evitar esses efeitos colaterais, os balanços devem ser os mais abrangentes possíveis, deixando claras as suas aberturas e limitações. Um esforço evidente nessa direção pode ser visto na maioria dos artigos contidos na referida coletânea; porém uma das exceções sendo a que pretende discutir a produção brasileira sobre o campo religioso.