Contratos psicológicos: uma revisão da literatura

Efeitos do contrato psicológico na afetividade e satisfação no trabalho de auditores

“…A subjetividade é inerente a todos os contratos, e os contratos psicológicos são percepções subjetivas das partes individuais de uma relação (Rousseau, 1989). Rousseau (1989) desencadeou diversas críticas para esse entendimento de contrato psicológico, sob o argumento de não considerar os aspectos de mutualidade, rebatendo que a percepção de mutualidade é que permite o surgimento do contrato psicológico, e não a mutualidade de fato, na tradução da reciprocidade (Menegon & Casado, 2012). Diferentemente de contratos formais ou implícitos, o contrato psicológico é inerente à percepção e, assim, o entendimento de um lado do contrato pode não ser compartilhado pelo outro (Robinson, 1996).…”

“…Como um framework explanatório para o entendimento dessa relação, constitui-se um elemento central para compreender as atitudes e comportamentos dos empregados, porém, continua teoricamente subdesenvolvido e os esforços empíricos têm escopo bastante limitado (Conway & Briner, 2002). Em geral, os estudos focalizaram-se no desenvolvimento da conceituação, no conteúdo dos contratos psicológicos e na investigação de seus efeitos sobre o comportamento dos indivíduos no trabalho (Menegon & Casado, 2012).…”

“…Na medida em que os indivíduos se adaptam às novas estruturas, em resposta às mudanças sociais, políticas, econômicas e tecnológicas, os contratos de trabalho formais deixam de ser apropriados pela forma como impactam no comportamento organizacional (Menegon & Casado, 2012). Isso implicou alterar as relações empregatícias e os contratos psicológicos inerentes, construídos pelas percepções do empregado perante o que ele deve a seus empregadores e o que estes o devem, em linha com a inserção da subjetividade no construto dos contratos psicológicos (Rousseau, 1989), com a concepção de unilateralidade (não mutualidade) dos contratos.…”

“…Essa sujeição à arbitrariedade é inerente aos contratos. Cada parte acredita que haja um acordo, mas não implica na necessidade da existência de um real acordo em que compartilhem do mesmo entendimento do contrato (Menegon & Casado, 2012). Nesse sentido, busca-se investigar os consequentes (afetividade e satisfação) dos contratos psicológicos presentes no contexto investigado, além de abordar os contratos existentes.…”

Organizational Commitment, Psychological Contract Fulfillment and Job Performance: A Longitudinal Quanti-qualitative Study

“…On the other hand, there is a complementary assumption that breaches and violations in psychological contracts are associated with lower organizational commitment and job performance (Chen, Tsui, & Zhong, 2008). Nevertheless, studies investigating the consequences of fulfilling, breaking and violating psychological contracts are still needed (Gondim & Rios, 2010;Menegon & Casado, 2012). Although these three constructs (i.e., psychological contracts, organizational commitment and job performance) each have a long tradition of research separately, they are relatively isolated with little communication between them when taken together.…”