Consumo alimentar e estilo de vida: um estudo longitudinal com estudantes universitários

Estado nutricional e hábitos alimentares de universitários

“…Os estudos selecionados realizados na região Sudeste englobaram tanto universidades públicas, situadas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, quanto instituições privadas localizadas nos municípios de Guarulhos e Mogi Guaçu, (ambos pertencentes ao estado de São Paulo) [11,15,21,23,28,30,32,34,36] .…”

“…Em relação às universidades públicas que integram essa mesma região, Cardoso [36] ao analisar o comportamento de alunos em um campus da Universidade de São Paulo, situado no interior do estado, identificou que apenas 5,31% dos acadêmicos realizavam alguma atividade remunerada, já que muitos estudavam em período integral. A renda média mensal encontrada entre estes indivíduos variou entre R$5.037,25 e R$6.293,65, sendo classificada como elevada para os padrões nacionais e superior àquelas obtidas por meio de estudos realizados com alunos de faculdades privadas e de outras universidades públicas [36] .…”

“…Em relação às universidades públicas que integram essa mesma região, Cardoso [36] ao analisar o comportamento de alunos em um campus da Universidade de São Paulo, situado no interior do estado, identificou que apenas 5,31% dos acadêmicos realizavam alguma atividade remunerada, já que muitos estudavam em período integral. A renda média mensal encontrada entre estes indivíduos variou entre R$5.037,25 e R$6.293,65, sendo classificada como elevada para os padrões nacionais e superior àquelas obtidas por meio de estudos realizados com alunos de faculdades privadas e de outras universidades públicas [36] . Apesar disso, foram também observados, entre esta população, maus hábitos e escolhas alimentares, considerável número de portadores de sobrepeso e obesidade, elevados consumo de alimentos processados, ultraprocessados e bebidas alcóolicas e baixo nível de atividade física, embora estes indivíduos, por possuírem maior nível de informação e recursos disponíveis, tivessem condições de destinar parcelas desses recursos para a aquisição de alimentos mais saudáveis e à prática regular de exercício.…”

“…As hortaliças e as frutas, principalmente, por serem alimentos com maior custo, são consumidas majoritariamente por pessoas com maior nível de instrução, residentes nas áreas urbanas e com maior renda média; já o feijão, por apresentar baixo custo e ser um alimento tradicional, teve seu consumo mais expressivo entre os indivíduos com menor escolaridade e habitantes de zonas rurais [43] . Dados da POF 2008-2009 evidenciaram que pessoas com menor renda ingerem, em média, apenas 156,5 gramas de frutas e hortaliças ao dia, frente aos 293,5 gramas ingeridos diariamente pelos indivíduos com maior poder aquisitivo [36] , concordando com os dados obtidos na pesquisa envolvendo universitários (cotistas e não cotistas), realizada por Perez et al [34] , que mostrou que estudantes com maiores rendimentos consumiam mais frutas e hortaliças e menos feijão quando comparados àqueles provenientes de famílias com menor renda. É interessante citar, também, a influência que o Restaurante Universitário, as cantinas localizadas dentro da faculdade, bem como os restaurantes nas proximidades da área de estudo exercem na alimentação dos estudantes.…”

“…É interessante citar, também, a influência que o Restaurante Universitário, as cantinas localizadas dentro da faculdade, bem como os restaurantes nas proximidades da área de estudo exercem na alimentação dos estudantes. Enquanto o Restaurante Universitário favorece práticas de promoção à saúde, por apresentar baixo preço (em algumas universidade apenas R$1,90), sendo apontado, por alguns alunos como um "facilitador de refeições" e contribuindo para o acesso de todos os matriculados a uma maior variabilidade de alimentos, principalmente os de origem vegetais e a uma alimentação balanceada nutricionalmente [32,36] ; as cantinas e lanchonetes, situadas no interior da universidade, estão muitas vezes associadas a oferta e aquisição de alimentos processados e ultraprocessados pelos estudantes, principalmente durante o período de aula [28] , dificultando a manutenção de hábitos de vida saudáveis.…”