“…alguns estados federados, está caracterizada por diversas rupturas, com uma tendência crescente à recentralização da tomada de decisões. Observa-se que, nos estados onde a institucionalização das PEAPO já era consolidada, houve a remoção das estruturas de governança paritárias e a colocação das PEAPO, sob o controle de um conselho ampliado desfavorável à agroecologia ou diretamente do poder executivo, sinalizando uma mudança profunda, passando de uma governança participativa e policêntrica para um sistema mais vertical e centralizado, controlado pelos atores estatais(GUÉNEAU et al, 2019).Mesmo diante desses percalços, deve-se considerar que, embora poucos instrumentos estejam realmente vinculados às PEAPO, seja por causa dos gargalos na fase de implementação (RS e MG), seja porque as PEAPO ainda não foram aprovadas ou estão recém-aprovadas (DF, BA, MA, PA, SP), existem vários instrumentos implementados contribuindo para institucionalizar a agroecologia em nível estadual, como os programas de capacitação de agricultores e de educação nas escolas rurais, as compras públicas para produtos agroecológicos e o apoio às feiras agroecológicas(SABOURIN et al, 2019).4.3 Os efeitos potenciais do atual cenário brasileiro sobre a agroecologiaComo se pode observar nos estudos analisados, a institucionalização da agroecologia no Brasil avançou significativamente desde o começo dos anos 2000, o que tornou o país pioneiro nessa temática na esfera internacional (NIEDERLE et al, 2019). Esse fato, em 2018, levou a PNAPO a ser reconhecida e premiada, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), como uma das melhores ações de promoção da agroecologia no mundo.…”