Com o advento da internet, o acesso ao meio digital proporcionou novas formas de comunicação, dentre elas, a escrita com características de fala, em um contexto mais abrangente do que o meio físico, além de um acesso mais abrangente à informação. Com isso, as práticas de leitura e escrita mudaram significativamente, promovendo outros olhares para as inadequações gramaticais e o surgimento de uma escrita própria da internet: o internetês. Neste trabalho, analisamos a reescrita de 4 posts publicados em uma rede social online, realizadas por estudantes do 1º. ano do ensino médio de duas escolas, uma pública e uma privada. O objetivo foi verificar i) a influência da escrita digital no conhecimento da norma padrão dos participantes; ii) semelhanças e discrepâncias entre os resultados dos dois grupos; iii) o equilíbrio entre os grupos, em relação à consciência dos gêneros textuais e a questões de situacionalidade. A metodologia empregada seguiu os preceitos do estudo de caso, tendo a pesquisa bibliográfica sobre o assunto como embasamento. É um estudo exploratório de natureza quanti-qualitativa, cujo instrumento de coleta foi um handout com a reprodução dos posts retirados de uma rede social e entregues aos estudantes para a leitura, identificação e reescrita de inadequações, próprias da escrita virtual. A fundamentação teórica foi ancorada, principalmente, nas discussões de Freitag e Fonseca e Silva (2006) e Mollica e Batista (2015) sobre as inadequações gramaticais; Komesu e Tanani (2009) sobre o internetês; Marcuschi e Dionísio (2007) sobre a relação entre fala e escrita. Os resultados chamam a atenção para a necessidade da construção de práticas curriculares que contribuam para a conscientização de estudantes sobre o conhecimento de diferentes gêneros textuais, tendo em vista as práticas de leitura e escrita que participam na internet.